Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa. Se os sintomas perduram por mais de duas semanas consecutivas, pense em procurar ajuda.
A depressão encontra-se reconhecida no Plano Nacional de Saúde 2000-2010 como um problema primordial de saúde pública, ou não fosse ela a principal causa de perda de auto-estima, iniciativa pessoal e profissional e, consequentemente, um decréscimo da qualidade de vida. Os "custos" sociais da doença são muito elevados. Afecta pessoas de todas as idades, desde a infância até à terceira idade, com mais prevalência nas mulheres (4,5 a 9,3 por cento) comparativamente aos homens (2,3 a 3,2 por cento). Se não for devidamente tratada, pode conduzir a graves situações de desequilíbrio psicológico e, no limite, ao suicídio. Estima-se que a depressão esteja associada à perda de 850 mil vidas por ano, mais de 1200 mortes em Portugal. "Muitas vezes surge com sintomas camuflados e nem sempre com sintomas emocionais", alerta José Matos, psiquiatra do Hospital dos Capuchos, em Lisboa.
Com os avanços científicos já existem antidepressivos que aliam a eficácia com a (quase) inexistência de efeitos secundários, os chamados inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRS). "A dose e a escolha do antidepressivo tem que ver com o perfil do doente que temos", considera José Matos. António Albuquerque afirma que "ao longo dos últimos anos têm vindo a mostrar-se progressivamente mais específicos. Estes medicamentos, como o escitalopran, actuam no sistema serotoninérgico do cérebro aumentando o nível de serotonina. É de facto uma escolha antidepressiva de enorme eficácia e segurança", acrescentando que "os benefícios têm vindo a revelar-se de grande extensão no que diz respeito, sobretudo, ao largo espectro de fenómenos depressivos que ele neutraliza, à comodidade de administração, à ausência de efeitos colaterais na maioria dos casos clínicos, atributos estes que têm condicionado uma boa adesão por parte dos doentes em tratamento". Também José Matos concorda com António Albuquerque, considerando "o inibidor selectivo da recaptação da serotonina, escitalopran uma boa escolha. É o que menos interfere na sexualidade (um dos efeitos secundários), tem poucos efeitos secundários, um curto efeito de latência para actuar - permite a adesão ao tratamento - e não necessita de descontinuação (o chamado desmame)".
SINAIS DE ALARME
As pessoas não devem confundir depressão com estados de tristeza. "Os sintomas são semelhantes - apatia, isolamento, choro, insónias - mas têm de ter a duração consecutiva de duas semanas para que possamos dizer que estamos perante um estado depressivo, pois a tristeza não dura com toda a certeza duas semanas" aconselha António Albuquerque, psiquiatra e director de serviço do Hospital Júlio de Matos.
Atenção a todos os que indiquem uma transformação comportamental:
- Desinteresse
- Insónia
- Anorexia ou emagrecimento extremo
- Fadiga
- Dificuldades de concentração e memória
- Redução da libido sexual
Baseado em Texto de: CÉLIA FIGUEIREDO
1 comentário:
Gostei muito desse blog,no entanto gostaria de saber melhor sobre essa doença maildita (depressão). Já faço tratamento a quase 3 anos, mais ainda não consegui me livrar dos anti-depressivos, quando tento deixá-los sinto algumas reações como: tremedeira, falta de paciência, muita irritação e volta a falta de animo, de sorrir , de conversar, de estar com os amigos, volto a ficar isolada e com mania de perseguição, pra mim todos estão contra a minha pessoa e passo a tentar me defender, qualquer cobrança no sentido profissional ou pessoal já é motivo pra virá um transtorno emocional terríve, começo a chorar, brigar, sei lá. Eu era muito alegre, gostava de dançar de ficar perto das pessoas, depois tudo mudou e quando as pessoas perceberam já havia passado 8 anos.
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