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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Viva o GORDO!


Nem de propósito. Numa altura em que Jô Soares celebra duas décadas enquanto apresentador de televisão, ecoam rumores de que poderá estar de saída da Globo. É sempre assim. Quando os olhares estão expostos no humorista, há sempre quem queira tirar partido do seu mediatismo. Simplesmente porque falar sobre o Gordo rende, cativa e é aliciante.

Jô, diminutivo de José Eugénio, tem 70 anos e é uma das figuras mais mediáticas e idolatradas no Brasil. Um astro. Mas sobretudo um humorita talentoso, que concretizou o sonho de se tornar num respeitado apresentador de talk show. Pioneiro no seu país no formato de entretenimento ao estilo americano, hoje, se quisesse, podia parar o ritmo non stop em que trabalha e passar o tempo entretido a empilhar a colecção de recordes. Ao todo, escreve o Folha Online, fez dez mil entrevistas (ver infografia). Pode, igualmente, vangloriar-se de poucas vezes ter recebido um "não" como resposta. "Praticamente toda a gente que foi convidada para o programa veio", garantiu, em entrevista. Sendo que as entrevistas internacionais sempre foram as principais atracções. Jô entrevistou algumas das figuras mais importantes do século, como Mikhail Gorbachov e Bill Gates. E, recentemente, para comemorar os 20 anos de carreira, apresentou um ciclo especial de entrevistas. Intercaladas com convidados de luxo, como o actor Rodrigo Santoro e o músico Caetano Veloso, e anónimos. "O Jô tem a capacidade de tornar interessante, e em simultâneo transformar, qualquer conversa num grande momento televisivo", afirma uma jornalista brasileira. "Entrevistar desde o Presidente da República até ao vendedor de cachorro quente da esquina, se for interessante, vale a pena", avisa o próprio no site do programa.

Elogios não lhe faltam e críticas também não. A ala anti-Jô não lhe dá descanso e acusa-o de excesso de protagonismo. A maioria não gosta da postura irreverente ou simplesmente incompatibilizou-se com o seu feitio especial. Como é o caso de Chico Anysio, autor e protagonista de A escolinha do Professor Raimundo, que declarou guerra ao astro, após ter dito que "as pessoas que vão ao programa reclamam que acabam fazendo escada para ele". (Note-se que o termo escada é a designação usada no Brasil para a personagem secundária, que fornece as deixas para as punch lines do protagonista.) As acusações, que davam conta de que Jô falava mais do que os entrevistados, foram tão reconsideradas que o jornal Folha de São Paulo deu-se ao trabalho de analisar o tempo de antena do Jô à lupa. Resultado: depois da cronometragem, os números provaram que o apresentador falava 44 por cento, enquanto os convidados tinham 55,6 por cento do tempo.

Quer se goste ou não, ele é um caso sério de popularidade, que atingiu um patamar único. "Milhares de brasileiros não conseguem ir para a cama sem ele", publicou a Época.

Nasceu no Rio de Janeiro, a 16 de Janeiro de 1938. Enquanto criança sonhou ser diplomata, mas rapidamente percebeu que o seu caminho seria o da representação. Estreou-se no cinema, aos 20 anos, com O Homem de Sputnik. Mas foi em 1970, em Faça Humor não Faça Guerra, que ganhou projecção. Seguiu-se Viva o Gordo, no ar durante sete anos. O volte face na carreira aconteceu em 1998, com a estreia que tanto desejou, a de apresentador de talk show. Na altura ao serviço do canal SBT. Quase dez anos depois, voltou para a Globo, onde está até hoje.

No que toca à vida pessoal, também cessou contratos. Casou-se três vezes. Em 1959 com Teresa Austregésilo, de quem teve um filho, Rafael - hoje com 44 anos. Seguiu-se a actriz Sílvia Bandeira e, sete anos mais tarde, a designer gráfica Flávia Junqueira, de quem também viria a divorciar-se. Depois de um acidente de moto, ficou com limitações físicas e esmera-se para não ultrapassar os 150 quilos, que desfila orgulhosamente. Adora a noite e é em altas horas da madrugada que prefere buscar inspiração. É debaixo do tecto do seu apartamento de 600 metros quadrados, situado em S. Paulo, que Jô põe em prática as ideias e actividades como director artístico, produtor, pintor e romancista. "Tenho uma sessão de grandes histórias sobre ele", mas o que salta à vista é a maneira com que encara tudo ao som de uma boa gargalhada. E essa característica vai além do trabalho. "É bem-disposto, por natureza", assegura Nicolau Breyner, amigo do astro há 15 anos.



HISTÓRIA DE UM ACTOR QUE CHEGA A ENTREVISTADOR DE LUXO


Década de 60: Família Trapo


Apesar de existir poucos registos, sabe-se que foi nesta série que começou por arrancar os primeiros aplausos com o seu talento nato.



1964: Jô Show


Aos 26 anos e há quatro na televisão, o humorista brilhou no programa da Record. Daí até ao sucesso, foi um pulo para conquistar o Brasil com os seus sketches humorísticos.



1970: Faça Humor não Faça Guerra


Estreou-se em 1959 no teatro e ainda hoje realiza peças, mas foi na televisão que ganhou visibilidade. Desde cedo que o humorista roliço, não conseguiu deixar ninguém indiferente e ainda hoje marca gerações.



1973: Satiricon


Com apenas 80 quilos - longe dos 115, que pesa agora - o humorista começou a mostrar a sua versatilidade e novas facetas em Satiricon.



1976: Planeta dos Homens


Foi o princípio de um enorme sucesso. O prenúncio duma década de 80 de ouro, que viria a ficar marcado pelo programa Viva o Gordo, exibido em Portugal.



1981: Viva o Gordo


Programa humorístico bem conhecido entre os portugueses, onde Jô Soares vestiu a pele de mais de 300 personagens. Quem não se lembra da célebre frase? "E pensar que eu saí de dentro dela..." Esteve no ar durante sete anos.



1988: Carnaval no Casino Estoril


Espectáculo inesquecível, que marcou a sua passagem pelo nosso país. Diz quem assistiu à sua performance, que a gargalhada foi uma constante.



1988: Jô Soares Onze e Meia


Concretizou o sonho antigo de ter um talk show. Ao todo foram sete mil entrevistas que se sentaram no plateau do canal SBT. Um caso sério de sucesso que a Globo, dez anos depois, conseguiu reconquistar.



1998: O Homem que Matou Getúlio Vargas


O livro que marca a consagração literária de Jô Soares, vendeu centenas de milhares de cópias, colocando-o na prateleira dos livros da lista do best sellers brasileiros.



1999: O Programa do Jô


Voltou pela porta grande à Rede Globo para apresentar o talk show, inspirado nos modelos de Steve Allen, Jack Paar, Johnny Carson (da NBC) e David Letterman (CBS).



2001: Reveillon da Globo


A maior cadeia de televisão brasileira ficou tão contente com a contratação, que não perdeu tempo em deixar nas mãos do Gordo a apresentação do programa de fim de ano.



2004: Na Mira do Gordo


A plateia do CCB conseguiu encontrar forças, depois de tanto rir, para aplaudir de pé o humorista, entrevistador, trompetista, pintor, escultor, romancista e dramaturgo ou simplesmente o Gordo.



RECORDES DO JÔ


Desde que regressou à grande família da Rede Globo, em 1999, além de ter ganho uma mão-cheia de regalias, apostou num formato americano, de talk show que se tornou, também, no mais visto no Brasil. Ainda hoje, as audiências superam qualquer expectativa, havendo mesmo quem se recuse ir para a cama, sem ver o Gordo. Este ano a comemorar duas décadas enquanto apresentador, conta com números impressionantes na sua carreira televisiva:



  • 10 934 entrevistas

  • 485 500 pessoas na plateia

  • 4032 apresentações musicais

  • mais de 4 mil milhões mensagens de correio electrónico, com sugestões, recebidas pela produção


"TENHO INVEJA DELE"


Por cá, só Herman José pode ter a pretensão de se equiparar ao multifacetado Jô Soares. Mas mesmo a anos-luz das vénias que o seu congénere recebe no Brasil, o humorista português cobiça, contudo, somente a sua faceta de escritor. E apenas porque, "falta-me concentração e tempo para lhe seguir o exemplo", assegura. "Gostava de ver em que pé estaria a carreira do Jô se dependesse dum pequeno país, deprimido, de dez milhões de habitantes...", acrescenta o apresetador da Roda da Sorte. Na memória de Herman, fica para sempre marcada uma visita dele ao seu programa: "Gostei do seu ar encantado quando no Herman Sic lhe cantei Alfie, do Burt Bacharach. Ambos temos uma paixão profunda por boa música."



Baseado em texto de: SORAIA TEIXEIRA


1 comentário:

Anónimo disse...

Diana , moro no brasil e sou muito fã do jô soares por acaso vc o conhece tenho 14 anos e sou super-mega fã dele me ressponda em meu blog galileuguilherme.blogspot.com