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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

China ecológica para estrangeiro ver


Habituada a desperzar os recursos e as consequências da industrialização no ambiente e na saúde da população, a China viu-se obrigada a fazer uma limpeza radical.


No quadro do Protocolo de Quioto, devido ao seu estatuto de maior país em desenvolvimento a China (como a Índia e o Brasil) não está obrigada a reduzir as emissões de gases poluentes. Mas essa condição excepcional pode vir a ser alterada em breve. É que, segundo estudos internacionais, a República Popular da China ultrapassará os EUA e tornar-se-á na nação mais poluidora do Mundo em 2009!

O desenvolvimento económico chinês começou há apenas 20 anos. Hoje, a agricultura foi substituída por uma aceleradíssima industrialização do país. Não é só em metrópoles como Pequim ou Xangai que o smog tapa o sol e obriga os veículos a circularem de faróis acessos durante o dia. A China não vê o céu azul nem nas províncias rurais. A influência de ventos, cursos de água poluidos e lençóis freáticos contaminados enchem os terrenos agrícolas com metais pesados e desenvolvem enfermidades - sobretudo cancros e doenças respiratórias. Além disso, muitas regiões remotas do Império do Meio foram escolhidas por centenas de empresas multinacionais para instalarem as suas unidades de produção (muitas delas deslocalizadas da Europa ocidental e de países como Portugal). E isto não se deve apenas à mão de obra barata. O Governo chinês recebe os industriais com regras complacentes relativas a, por exemplo, ao despejo de resíduos venenosos para rios e lagos. Isto faz com que praticamente não haja água potável em todo o país.

O tão mediatizado bombardeamento das nuvens, dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos, para evitar aguaceiros durante a cerimónia, é comum na China. Faz parte de um sistema de técnicas de modificação meteorológica que alimenta cursos de água, previne cheias, secas, geadas, inundações e incêndios. Envolve canhões, aviões, lança mísseis e é praticada desde os anos 50. Tem sido criticada por ambientalistas, sobretudo devido aos disparos de palhetas de iodeto de prata que, além de contribuírem para a degradação do ambiente, já atingiram, acidental e mortalmente, pelo menos uma pessoa.

O sinal de alerta foi dado com o início dos preparativos para os Jogos Olímpicos de 2008. As autoridades locais perceberam que era urgente mudar os hábitos de higiene básicos dos pequineses e aliviar a poluição sonora, visual e atmosférica da capital. As medidas adoptadas foram drásticas, para que os turistas pudessem respirar e os atletas competir.



PEQUIM TENTA PURIFICAR-SE


Numa corrida contra o tempo para combater a poluição crónica que afecta a cidade, o Governo chinês está a gastar quase 14 milhões de euros. Pequim tem 15 milhões de habitantes e mais de três milhões de carros.



REDUZIR AS EMISSÕES DE CO2


Transportes


  • Desde 20 de Julho, cada automóvel teve autorização para circular apenas em dias alternativos, conforme o número par ou ímpar da matrícula;

  • Houve 300 mil carros com grau elevado de emissão de CO2 proibidos de circular na cidade entre 1 de Julho e 20 de Setembro;

  • 47 mil táxis antigos e sete mil velhos autocarros foram banidos ou transformados de forma a reduzirem as emissões poluentes - responsáveis por 80% do dióxido de carbono que asfixia Pequim;

  • Foram introduzidos 3795 autocarros movidos a gás natural no sistema de transportes públicos da cidade;

  • O número de linhas do metro subterrâneo duplicou - são adora oito. Espera-se que esta nova rede possa transportar cinco milhões de passageiros por dia.

Parques



  • Nos últimos meses foram criados dezenas de parques urbanos (e trasplantadas centenas de árvores adultas), incluindo os 680 hectares que compõe a chamada "floresta olímpica".

Indústria



  • 15 200 fábricas foram obrigadas a suspender a laboração. 16 300 unidades alimentadas a caldeiras de carvão foram reconvertidas de forma a funcionar a gás natural. A meta foi reduzir algumas das 26 toneladas de carvão que a região Pequim consome todos os anos;

  • 145 cimenteiras, 506 oficinas auto e 357 lavandarias foram forçadas a fechar portas;

  • A Capital Stell, fabricante de aço e desde há muito a unidade industrial mais poluente de Pequim foi transferida para Quian'an;

  • 267 outras empresas de produção fabril variada receberam ordens para interromper a laboração a partir de 8 de Julho;

  • 40 fábricas em Tianjin permaneceram encerradas entre 25 de Julho e 20 de Setembro.

Construção



  • Existem, neste momento 100 milhões de metros quadrados de estaleiros de construção. Todas as obras foram obrigadas a tomar medidas de contenção de pó e entulho com lonas de protecção.

Ventos predominantemente de sul conduzem para Pequim o ar poluído de outras cidades. Este fica estagnado na metrópole por causa da cadeia montanhosa a norte. A província altamente industrializada de Hebei é responsável por 70% da poluição da capital chinesa.


AS CIDADES MAIS POLUÍDAS DO MUNDO


Medição do índice de partículas inaláveis de poluentes atmosféricos por metro cúbico



  • Cairo, Egipto: 169

  • Nova Deli, Índia: 150

  • Jacarta, Indonésia: 104

  • Pequim, China: 89

  • Istambul, Turquia: 55

  • Tóquio, Japão: 40

  • Rio de Janeiro, Brasil: 35

  • Los Angeles, USA: 34

  • Amesterdão, Holanda: 34

  • Milão, Itália: 30

  • Madrid, Espanha: 30

  • Berlim, Alemanha: 22

  • Londres, Inglaterra: 21

  • Sydney, Austrália: 20

  • Paris, França: 11

Baseado em Texto de: ANA PRISTA

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