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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

POUPAR NO SEU LAR - A CASA ECO


Se visitou o último salão Imobiliário de Lisboa, na FIL, é possível que tenha visitado a Casa Ideal da Home Energy, um protótipo de uma casa com cerca de 70 metros quadrados, onde tudo foi pensado para reduzir ao mínimo o consumo e perdas de energia. Se fosse real, esta casa, seria considerada de classe A+ quanto ao desempenho energético. Para além de possibilitar contas da luz reduzidas, contribuiria pouco para as emissões de gases com efeito de estufa devido ao baixo consumo energético. Seria, por isso, uma casa eco a dobrar: económica e ecológica.

Esta casa ideal também estava em exposição na FIL por uma razão prática. A partir de 2009, todas as casas, novas ou usadas, colocadas no mercado, para venda ou arrendamento, têm, obrigatoriamente, de possuir o certificado energético, um documento que quantifica o desempenho energético de um edifício ou fracção, classificando-o numa escala de A (excelente) a G (péssimo). Quanto mais elevada a classe atribuída a uma casa, mais esta valerá no mercado imobiliário. E, se as casas novas já são, desde este ano, construídas para ser eficientes, uma casa usada pode, com algumas medidas passar da classe D (desempenho mediano) para a classe B ou A, "sem que para isso seja necessário um grande investimento". Pelos menos assim o garante Selwin Wever, director de certificação da Home Energy, uma das empresas que se especializou na avaliação e certificação energética no segmento residencial. De acordo com este especialista, que calcula que a maioria das casas usadas no mercado pertencerão à classe D (as G serão pouco mais que uma ruína), algumas medidas pontuais podem transformar uma habitação de desempenho mediano numa casa de eficiênia B. "A mera troca de esquentador por uma caldeira de condensação poderá reduzir para metade os gastos com gás natural."

O mesmo acontece com o isolamento da casa. Trocar janelas em vidro simples e caixilharia de alumínio por outras de vidro duplo com caixilharia em PVC, com corte térmico, é outra medida sensata, que reduzirá significativamente as perdas de calor no Inverno, e a situação inversa no Verão. Aliás, Selwin Wever desaconselha o uso do alumínio, tão em voga até há uns anos, em qualquer parte da janela, seja caixilharia ou estores. "Para além de, em regra, ser mais caro, o alumínio é mil vezes melhor condutor que o plástico (do PVC), isto é, no Verão só irá contribuir para que entre mais calor na casa."

Aliás, todo o investimento na redução da factura da luz terá um duplo interesse no futuro já que, avisa Selwin Wever, "tudo indica que a electricidade deixará de ser subsidiada e os preços vão subir aproximando-se cada vez mais dos custos de produção".

A certificação energética das habitações passa a ser obrigatória por indicação da União Europeia, que elegeu a redução do consumo energético dos edifícios como uma das suas próximas lutas na batalha pela redução das emissões poluentes. No nosso país, por exemplo, 16% da energia total consumida é da responsabilidade do sector doméstico.

Apesar de nos últimos anos, equipamentos e materiais de construção terem evoluído tornando-se mais eficientes, na última década o consumo de electricidade pelas famílias tem aumentado a uma média de 2% ao ano. E, apesar de todas as medidas tomadas para o reduzir, a Agência Internacional de Energia (AIE) estima que, até 2010, o gasto energético das habitações suba 13% em relação ao registado no ano 2000, e mais 25% até 2020. O destino da energia que se gasta é que varia de país para país. Enquanto no resto da Europa, o aquecimento é responsável pela fatia maior dos gastos energéticos, em Portugal são os aparelhos de refrigeração (frigorífico e congeladores) que consomem mais energia (cerca de 32% do total), por estarem sempre ligados. Daí ser importante que estes electrodomésticos gastem o menos possível, como é o caso dos de classe A, em média 45% a 70% mais económicos que os da classe D (mais antigos).

Curiosamente, por toda a Europa, o consumo de electricidade pelos aparelhos deixados em modo stand by é o que mais tem subido, à medida que os europeus adquirem um número cada vez maior de equipamentos eléctricos. Assim, a AIE estima que por volta de 2030, o consumo stand by seja responsável por 15% dos gastos de energia no Velho Continente. Por se tratar de um consumo fantasma - os aparelhos estão ligados sem estarem a ser usados -, este é um dos principais alvos das políticas de poupança energética. E, neste caso, basta desligar televisores, vídeos e outros aparelhos passíveis de ser ligados através de um comando. A Quercus, por exemplo, calcula que este consumo custa cerca de 37 euros por ano a cada lar português.



A CASA IDEAL


A partir de 2009, qualquer casa que seja transaccionada - vendida ou arrendada -, tem de ser avaliada quanto ao seu desempenho no uso da energia. A certificação energética dos imóveis passará a ser obrigatória e as casas que gastarem menos energia ganharão pontos no mercado imobiliário. Significa que serão mais caras no acto da compra, que farão poupar euros aos futuros habitantes.

Eis as características que farão uma casa ser considerada de classe A, isto é, económica no uso de energia.



A ÓPTIMO; G PÉSSIMO


Tal como nos electrodomésticos, uma casa será classificada numa escala de A+ a G


A+ excelente desempenho energético


D desempenho mediano


G medíocre



1. Janelas


É através delas que entra a luz do Sol, a maior fonte de energia capaz de satisfazer necessidades de iluminação e aquecimento. As janelas podem ajudar a tirar rendimento do Sol.


Devem ser:



  • De vidros duplos, transparentes

  • Com caixilharia em PVC, com corte térmico

  • Protegidas por estore exterior, simples, branco, de plástico. O suficiente para garantir sombra nas horas de maior calor e controlar as necessidades de iluminação

  • Caixa de estore: é importante que seja estanque e que não permita fugas ou entradas de ar

A evitar:


Vidros escuros/espelhados


Muito caros, acabam por reduzir a quantidade de luz que entra na habitação, bem como o calor, em especial no Inverno


Estores térmicos/alumínio


Mais caros, não apresentam grande vantagem, até porque o alumínio é mil vezes melhor condutor de calor do que o plástico.



2. Paredes Isoladas


Nas casas novas as paredes duplas com isolamento já são obrigatórias. Nas antigas, a aplicação de um material isolante no exterior pode evitar perdas de calor no Inverno e ganhos de calor no Verão, contribuindo para manter uma temperatura constante no interior da casa.


Custo aproximado (para uma casa com 150 a 200 metros quadrados)



  • De 4000 a 5000 euros

  • Embora esta solução seja mais aplicável a moradias, também pode ser usada em edifícios, nomeadamente nas fachadas mais expostas aos elementos, contribuindo para aumentar os níveis de conforto no interior, reduzir humidade.


3. Aquecimento de Águas


A mera troca de um esquentador por uma caldeira de condensação pode fazer com que uma casa pouco eficiente no uso da energia, passe para classe B ou A. O custo de uma caldeira para servir uma casa até três habitantes ronda os 1000 euros.



  • Calcula-se que uma caldeira gaste metade do gás de um esquentador, podendo ainda ser usado no aquecimento da casa.


4. Electrodomésticos


O ideal é que sejam de classe A, os que gastam menos electricidade. Há ainda os de classe A+ ou A++, mais económicos, mas ainda mais caros. O electrodoméstico que deve trocar primeiro é o frigorífico. Por estar sempre ligado, é responsável por cerca de 22% do gasto de electricidade de uma casa.



  • Em média, em relação a um frigorífico velho, classe D, um de classe A gasta menos 45% a 70% energia, o que acabará por garantir uma recuperação rápida do investimento inicial.


COMO GASTAMOS A ELECTRICIDADE EM CASA


Só o frigorífico e o congelador, aparelhos permanentemente ligados, são responsáveis por, aproximadamente, 32% dos gastos energéticos numa casa.



  1. Frigorífico/Combinado: 22%

  2. Aquecimento Ambiente: 15%

  3. Iluminação: 12%

  4. Outros: 12%

  5. Congelador: 10%

  6. Audiovisuais: 9%

  7. Máquina de Lavar Roupa: 5%

  8. AQS Eléctrico: 5%

  9. Máquina de Lavar Louça: 3%

  10. Secador de Roupa: 2%

  11. Informática: 2%

  12. Arrefecimento Ambiente: 2%

  13. Forno: 1%


Baseado em Texto de: ANABELA PEREIRA FERNANDES




1 comentário:

Unknown disse...

Aconselho-te a manteres o nível do teu Blog e seleccionares bem os autores que publicas. Esse tal de Selwin Wever é um Arquitecto de Interiores que pensa que percebe de térmica. Vamos deixar esses temas a quem tem formação de Engenharia... Esse Sr. foi dar 1 hora de formação de RSECE á ADENE e foi uma vergonha, não percebia nada daquilo...