Acreditar num certo medicamento ou na ajuda de Deus torna mais fácil derrotar uma doença. Mas não é só por isso que os crentes têm melhores prognósticos.
Quem tem cancro classifica a sua gravidade a partir dos rostos de quem está à volta. Se os familiares se mostram descontraídos, então não é assim tão mau.
"Quando ajudamos um sem-abrigo, falamos com ele e olhamos nos olhos, há uma transferência de emoções. Ele sente gratidão e felicidade, e nós experimentamos o mesmo. Isso acontece graças aos neurónios-espelho: o sentimento de outra pessoa reflecte-se em nós." É assim que Pilar Varela, psicóloga e autora de Ansiosamente (editado pela Esfera dos Livros), explica o êxtase que se sente depois de fazer uma coisa muito importante por alguém. Aplica o mesmo raciocínio ao médico que trabalha num campo de refugiados e se sente feliz... Mas também a alguém que assiste a uma dança e vive o mesmo bem-estar atingido pelos bailarinos que estão à sua frente.
Esta é só uma das muitas manifestações do poder da mente sobre a realidade, como já explicou a revista Time. Maria Jesus Alava Reyes, psicóloga que escreveu A Arte de Arruinar a Sua Própria Vida e A Inutilidade do Sofrimento (Esfera dos Livros), esclarece-nos sobre alguns efeitos da crença."As pessoas que têm uma fé religiosa mostram, perante determinadas doenças, maior esperança. Têm mais poder mental e capacidade de lutar. E a força da mente, bem direccionada, pode trazer resultados muito bons. Predispõe-nos para esses combates." Quem tem um cancro e confia em Deus para ajudá-la tem melhores possibilidades de recuperação. O seu sistema imunitário é beneficiado.
Pilar Varela concorda. As nossas células imunitárias, diz, funcionam melhor quando estamos felizes. Se a confiança na cura beneficia o nosso organismo, o mesmo acontece com as boas relações pessoais. E com o desporto, a luz do Sol, a autoconfiança, a alegria, o amor...
A escritora sublinha que um paciente de cancro classifica a gravidade da sua doença a partir das reacções que vê nos rostos em volta. Quanto mais preocupados e tristes estiverem os amigos e familiares, pior será o problema, pensa. Se estão tranquilos e bem-dispostos, há muito mais hipóteses de cura, acredita o doente. E isso vai melhorar ou piorar a evolução da doença, salienta a especialista. Pilar Varela baseia as suas afirmações em contactos com psico-oncólogos.
Se acreditarmos que um medicamento falso (placebo) vai fazer-nos bem, a nossa mente vai levar-nos a deixar de ter dores, fazendo-nos sentir melhor. Se acharmos que Deus nos auxiliará (junto com os médicos, claro) a patologia tornar-se-á menos complicada, já sabemos... Mas isso também acontece "porque os crentes são muito mais cuidadosos e rigorosos nos tratamentos". Por acharem que eles vão resultar. Mais esperança é igual a maior empenho em cumprir as mais ínfimas exigências e recomendações dos clínicos. Isso resulta em novas melhorias, o que por sua vez proporciona esperanças reforçadas...
O efeito placebo habita, noutras palavras, numa característica de personalidade compatível à fé - a resiliência, segundo Sandra Santos. A psicóloga clínica ilumina este conceito. É, diz (tal como Maria Jesus Alava Reyes), a capacidade para resistir às adversidades, mantendo a saúde mental. A fé, classifica, não tem de ser religiosa. Mas permite que "no templo sagrado da mente" a vida se viva com a criatividade "que tranquilamente nos transforma" em pessoas melhores. Tornando-nos "cada vez mais iguais a nós próprios". O homem de fé, garente, é sempre um talismã na sua relação com o outro. Interroga-se, questiona o Mundo e esse exercício permanente mantém-no vinculado aos outros e à realidade. Está por isso, acrescenta, fortemente alicerçado à vida. Expressa o deslumbramento, o entusiasmo, a generosidade e a paixão. Esta visão fornece imunidade - física e psíquica, concretiza a psicóloga.
E como se explica a leveza espiritual que se sente durante uma oração? Sandra Santos tem uma hipótese. Quando se reza, são os lobos frontais que lideram a actividade mental. Estes estão ligados à atenção e concentração. O lobo parietal está mais ou menos apagado, fornecendo uma sensação de ligeireza, de desligamento da realidade. A pessoa que ora está muito envolvida nessa actividade. Há, por exemplo, algumas que, mesmo idosas e analfabetas, decoram orações enormes... Esta atitude cerebral de memória, atenção, concentração, entrega e alheamento face ao exterior pode explicar o êxtase religioso.
COMO CURA?
Êxtase sentido após um acto altruístico:
Num estudo, 90% dos inquiridos disseram que esta sensação ajuda a diminuir o stress e a dor.
Efeito Placebo:
Acreditar numa cura leva a alterações reais no corpo. O cérebro activa os receptores opiáceos ou opióides em resposta aos comprimidos-placebo. Também aumenta a produção de dopamina em reacção a tratamentos falsos contra doença de Parkinson. Duas acções químicas que aumentam o prazer e bem-estar, diminuindo a dor. O cérebro até causa encolhimento num tumor, se a pessoa tiver fé num medicamento fictício.
Já foram feitos, pelo menos, 6000 estudos sobre orações efectuadas para pedir a cura de outras pessoas:
52% dos pacientes por quem alguém rezou não tiveram melhorias.
Outros51% não receberam orações em seu favor e também não tiveram melhorias.
A perspectiva religiosa:
Judaísmo - Os textos sagrados judeus pouco dizem sobre o que se passa ou não depois da morte. Concentram-se mais no que se deve fazer nesta vida.
Cristianismo - A maioria dos cristãos acreditam no céu e no inferno - e que o nosso destino depende das boas acções em vida.
Budismo - Acreditam na reencarnação, que só termina com a libertação final ou nirvana.
Islamismo - Os muçulmanos axreditam num dia do julgamento final depois da morte, em que os mortos se dividirão entre os condenados e os abençoados.
Hinduísmo - Semelhante ao budismo: a próxima vida depende daquilo que se praticou nesta
Taoísmo - A vida e a morte são verso e reverso da mesma moeda, a Tao. A morte é a passagem do ser a não ser, sem céu ou inferno.
ÊXTASE DIVINO
94%doentes inquiridos num estudo disseram não ter quaisquer problemas em que os seus médicos lhes perguntassem pelas suas crenças religiosas.
Sangue forte: Os pacientes de sida que se dizem crentes ou espiritualistas têm níveis mais altos de células CD4 - ligadas à imunidade.
Numa igreja rural a 48km de Santa Fé (EUA), crentes vêm em busca de cura, usando para isso a terra do lugar, com poderes alegadamente milagrosos. Uns beijam o chão, outros esfregam a terra no seu corpo ou nas fotos dos doentes incapacitados de lá ir. Outros até a comem.
Quando o corpo é privado de calorias, primeiro o fígado e depois os depósitos de gordura e proteína compensam esse défice, fornecendo energia às células necessitadas. Esta química alterada do organismo pode afectar o cérebro, levando alguns a sentir uma sensação "fora deste mundo".
Os católicos acreditam que a Virgem Maria apareceu em Fátima e em Lourdes - França. Ambas se tornaram mundialmente populares para os peregrinos. Água de uma fonte em Lourdes é considerada capaz de curar. Os fiéis bebem-na em busca de um milagre.
Nalgumas correntes islâmicas, acredita-se que os versos do Corão têm poderes curativos.
A harmonia entre ente queridos da malograda Jade chegou ao fim poucos dias depois da sua morte, no dia 22 de Março. A gota de água aconteceu quando Jeff Brazier, o pai das crianças, tomou uma atitude radical, perante o circo mediático criado à volta da tragédia, ao optar por levar Bobby, de cinco anos, e Freddie, de quatro, para a Austrália. Como era de prever, a viagem não foi bem aceite pela avó materna, Jackie Budden, nem pelo padrasto, Jack Tweed. Ambos queriam satisfazer o desejo de Jade, em ter as crianças presentes no funeral, a acompanhar o cortejo a pé, da igreja ao cemitério, tal como aconteceu com os príncipes William e Harry, no último adeus a Diana.
Mesmo contra as vozes que se levantam em protesto, o progenitor levou a sua avante. Fontes próximas, afiançaram ao jornal The Sun que Jeff pagou do seu bolso - não mexeu num único tostão do fundo de quatro milhões de euros que Jade deixou às crianças. E que só o fez pelo bem-estar dos filhos, pois tem a certeza que a viagem vai distraí-los e ajudará a ultrapassar a dor. Ao todo serão três semanas a desfrutar dos ares do outro lado do Mundo. Bem longe dos olhares indiscretos, onde aproveitarão também para passar a Páscoa em Melburne, junto de amigos próximos. Consta que o primogénito, Bobby, é quem mais tem sofrido com a morte da mãe. Ao inverso, o mais novo, Freddie, por ser mais infantil, nem se deu conta do drama.
Ressalve-se que há um mês que as crianças estão a viver com o pai. Uma decisão que partiu de Jade, que, antes de entrar em coma, teve tempo de pedir que afastassem os filhos do cenário mórbido em que estava mergulhada. A partir de agora, as crianças orfãs de mãe ficam a tempo inteiro com o pai, que detém a custódia total. Caberá também ao conhecido apresentador britânico - que teve a ingrata tarefa de dar a notícia da morte de Jade - gerir a herança de quatro milhões de euros que a antiga assistente de dentista deixou aos filhos.
O QUE CONCRETIZOU...
Conseguiu juntar fortuna para os filhos
Criou um movimento para alertar na luta e prevenção contra o cancro
Casou-se de branco na igreja
Baptizou os filhos e cumpriu o sonho de se baptizar
Despediu-se de familiares e amigos
Morreu em casa
O QUE NÃO CONCRETIZOU...
Não teve a menina que tanto desejava
Não viu os filhos crescer e a ter uma exímia educação
Não se despediu do irmão
Não conseguiu que o irmão fizesse as pazes com a mãe de ambos
Não chegou a ver a mãe com os dentes arranjados, como chegou a pedir
Os filhos não foram ao funeral
CARTA AOS FILHOS
Querido Bobby e Freddie, mandei fazer este livro para que um dia possam lembrar-se dos bons e divertidos momentos que passámos (...) Agradeço a Deus pelo valioso tempo que passamos juntos. Vocês são a prova de que vivi. Vou amar-vos para sempre.
Mãe
17 FACTOS SOBRE O FUNERAL
Cortejo - 21 carros percorreram as ruas desde o sul de Londres (onde cresceu) até Essex (onde habitou). O caixão foi transportado num Rolls-Royce, seguido por quatro limousines Daimler e um Bentley
Cerimónia - Decorreu na Igreja de St. John The Baptist em Buckhrest Hill, que tem capacidade para 350 pessoas
Roupa - Jade foi sepultada com o vestido de noiva (uma criação do estilista espanhol Manuel Mota, no valor de 3800 euros, oferecido por Mohamed Al-Fayed). Levou também a aliança de casamento e algumas fotografias dos filhos
Ode - O marido, Jack, leu um poema, intitulado If Only
Outra ode - A melhor amiga, Kate Jackson, discursou
Convidado especial - Michael Jackson esteve no funeral
Banda Sonora - O serviço religioso teve início ao som de All Things Bright and Beautifull, de Paolo Nutini (a música favorita de Jade). E encerrou com o tema do mesmo autor, Last Request (a música do casal)
Homenagem - Milhares de mensagens foram escritas num livro, depositado na Igreja
Televisão - A cerimónia foi transmitida em directo no Channel 4. Foram colocados plasmas no exterior para que os fãs assistissem à homenagem
Vendas - Com vista a contribuir para a causa na luta contra o cancro, foram postas velas à venda
Segurança - A empresa Plumouth ficou encarregue pela vigilância. Vários homens escoltaram a família e afastaram os paparazzi
Polícia - Agentes de autoridade foram destacados para manter ordem. Pelo menos duas ruas foram encerradas - das 11h00 às 14h00 - por onde passou o cortejo
Última morada - Jade foi sepultada no Epping Forest Burial Park, em Essex, local onde costumava passear com os filhos
A vida dela em filme - Inspirado na sua forma de viver, Nick Love está em negociações para realizar uma película sobre Jade
Proclamada santa - Jonathan Blake (sacerdote anglicano que a casou) diz que "Jade é uma santa, um exemplo de proporções bíblicas"
Roupas em leilão - Jack Tweed quer leiloar roupas e objectos da mulher, para contribuir na luta contra o cancro
Tatuagem - "Call Me And I Will Answer" é a frase que Jack vai tatuar em homenagem à mulher.
GUERRA SURDA
"Ela quer que o Jack esteja presente na vida dos filhos. Afinal, quando foi viver com ela, o pequeno Freddie tinha apenas 18 meses. Jade sabe que não vão ter uma mãe no futuro, por essa razão quer que os filhos tenham dois pais para manter a sua memória viva", declarou um amigo, poucas semanas antes de Jade morrer. Nesta altura, já os ânimos estavam exaltados entre os J's (Jack e Jeff) da vida dela. E consta que só não declararam guerra aberta para não a importunar.
Mantiveram-se em silêncio, mas evitaram cruzar-se e trocar uma palavra que fosse. Segundo fontes próximas, o apresentador de televisão de X Factor nunca aceitou a escolha da ex-companheira. Sempre considerou que Jack - condenado a uma pena de prisão de 18 meses, por assalto à mão armada e agressão física a um menor - nunca respeitou Jade. Traiu-a e não é, de todo, um bom exemplo para as crianças. Tendo em conta a sua opinião, é óbvio que nunca o impressionou favoravelmente que o padrasto de Bobby e Freddie aparecesse lado a lado com os meninos, em momentos importantes como as idas à escola ou as férias e passios em parques de diversão. Em Inglaterra, toda a gente sabe que o viúvo e o ex-companheiro da rainha do sensacionalismo não se suportam. São muito diferentes. Enquanto Jack Twees é boémio, conflituoso e sem grandes aspirações no futuro, Jeff é clamo, amável e carinhoso. Não tem telhados de vidro e é visto como um excelente exemplo para os filhos. Agora que Jade não está entre eles, esperam-se novos episódios desta novela da vida real.
PERFIL DE JACK TWEED
21 anos
Antigo electricista, modelo e aspirante a agente de jogador de futebol
Deixou os estudos com 16 anos
Conflituoso e desordeiro
Foi infiel a Jade
Tornou-se famoso graças ao envolvimento amoroso com Jade
Vai cumprir 18 meses de prisão por assalto e agressão
Recusou a casa, que Jade lhe deixou, mas comprou um partamento numa zona de luxo
Acerca dele, Jade disse: "Às vezes sinto-me mais mãe que mulher dele"
PERFIL DE JEFF BRAZIER
Tem 29 anos
Antigo jogador de futebol, ex-concorrente e vencedor de reality show, actual apresentador de televisão
Já era famoso antes de se envolver com Jade
Discreto, pacífico e amável
Não foi infiel a Jade
Vai gerir a fortuna dos filhos
Acerca dele, Jade disse: "Apesar das brigas, ainda o amo. Mesmo que não possa viver com ele, quero usar o esperma do Jeff para ter outro bebé"
NA HORA DA MORTE...
Precisamente dez dias após a morte, Jack abriu o seu coração à Imprensa e contou como foi o último suspiro da rainha do sensacionalismo. Naquela noite "dormi noutro quarto porque ela respirava de forma sofrida. É horrível ver alguém que se ama a lutar para conseguir respirar e não poder fazer nada para ajudar", disse à OK! Sempre que ganhava coragem, deslocava-se ao quarto dela para "beijá-la no pescoço, para confirmar se ainda estava viva. Sabia que ela partiria naquela noite, mas não consegui ficar a vê-la definhar daquela maneira. Jackie (a mãe) esteve sempre ao seu lado. Não dormi, estava acordado à espera que acontecesse. Assim que ouvi Jackie a chorar, apercebi-me. A seguir, fiquei no chão, imóvel e em estado de choque por alguns instantes. Só depois fui ao quarto, agarrei-a, beijei-a e aí quebrei completamente", contou à mesma publicação. Entre as recordações, Jack assegura ainda que Jade - antes de entrar em estado de coma, 48 horas antes de morrer - tinha alucinações e constantes falhas de memória.
A INIMIGA NÚMERO 1
Jade fez inimizades até à hora da morte. Jordan - outro "produto" de reality show, foi uma delas. A troca de galhardetes entre elas foi tão acesa, que os media atropelavam-se para obter as declarações mais ofensivas. Em Outubro, Jade respondia: "Sei que há celebridades que acham nojento que eu faça dinheiro com a minha doença... mas entretanto a mesma celebridade - és tu, Jordan - vende histórias sobre o filho deficiente. Eu nunca disse 'dêem-me um cancro que eu vendo a história'". Consta que Jordan arrependeu-se das acusações e quis ir ao funeral, pedido que os Goody recusaram.
10 FACTOS SOBRE O CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Oito em cada dez mulheres contactará com a causa deste cancro ao longo da vida. Por uma razão simples: ao contrário de outros, é sexualmente transmissível.
1. O que é?
O colo do útero é a parte inferior do útero, que o liga à vagina. Ao contrário da maioria dos cancros, a causa deste não é hereditária, mas sim um vírus, o papilomavirus humano, capaz de transformar as células do colo do útero e provocar lesões, que em alguns casos progridem para lesões cancerosas.
2. Como se transmite o vírus?
Através do contacto genital. Não é necessário que haja coito para haver infecção.
3. O que é o papilomavírus humano (HVP)?
Existem mais de 100 tipos, a maioria inofensivos, como os que provocam verrugas. Cerca de 40 tipos afectam a região genital. Destes, quatro são responsáveis pelas doenças genitais mais frequentes:
2 tipos de HPV, o 16 e o 18, são considerados de "alto risco", podem provocar cancro do colo do útero;
Os tipos de HPV 6 e 11, de "baixo risco" podem causar condilomas genitais e alterações benignas do colo do útero.
4. Quem pode contrair?
75% das mulheres sexualmente activas entrarão em contacto com o HPV ao longo da vida.
5. Em que idades costuma manifestar-se?
40% das mulheres com diagnóstico de cancro do colo do útero têm entre 35 e 54 anos. Muitas estiveram expostas ao vírus durante a adolescência e juventude (13-29 anos).
6. Qual o risco de uma mulher desenvolver este cancro?
Em 90% dos casos, o próprio sistema imunitário elimina o vírus do organismo. Quando uma mulher é infectada e o organismo não consegue combater a infecção, podem desenvolver-se células anómalas no colo do útero.
7. Quais os sintomas?
Surgem só numa fase avançada e incluem:
Hemorragia vaginal anómala
Dor durante as relações sexuais
Corrimento vaginal anormal
Dores pélvicas
8. É muito frequente?
Na Europa é a segunda causa de morte por cancro - a seguir ao cancro da mama - nas mulheres entre os 15 e os 44 anos.
9. Qual a situação em Portugal?
Em 2002, morreram 378 mulheres e surgiram mais de 900 novos casos.
10. Como se previne?
A citologia, o exame ginecológico conhecido por papanicolau é a única forma de detectar a presença de células anómalas no colo do útero. A vacina deve tomar-se a partir dos 13 anos, faz parte do Plano Nacional de Vacinação, a previne a infecção antes que a jovem inicie a vida sexual.
Salvar-se da crise é mais fácil do que parece. Aprenda o que quer dizer "estrutura de custos flexíveis" e descubra como ganhar o seu primeiro milhão. Há um livro que torna tudo fácil.
Os "meseques", "maseus" e "jagoras" são os maiores inimigos da nossa carteira. Quantas vezes já não deu por si a dizer: "Mas eu preciso mesmo de um computador portátil melhor!" Ou: "Mas é que este carro tem tracção às quatro rodas, e o outro não tem." Talvez, noutros casos, tenha afirmado, angustiado e dividido (e endividado): "Já agora vou levar mais este jogo, para a Playstation do miúdo."
Pedro Queiroga Carrilho tem 25 anos, escreveu O seu Primeiro Milhão - Como Poupar e Fazer Crescer o seu Dinheiro, criou uma empresa (http://www.kash.pt/) na área dos investimentos e da formação e dá conferências acerca do tema do livro. Foi numa delas que nos alertou para os terríveis malefícios desses três adversários da boa gestão.
A obra deste engenheiro informático (praticante de kung-fu há oito anos) ensina-nos as dicas cruciais para navegar com sucesso por entre os obstáculos criados pela crise. O olhar crítico sobre as nossas finanças, presente nas muitas e facilmente compreensíveis tabelas, esquemas e quadros do livro (ver abaixo), faz-nos perceber onde gastamos e porquê. Mostra-nos como podemos poupar; o que é desperdício; o que é importante. Claro que isso é subjectivo. Mas, em época de apertar o cinto, muitos bens que achavamos essenciais tornam-se, de repente, acessórios. O que pode ser mais relevante do que habitação, roupa aceitável para os filhos ou deslocações para o trabalho?
O especialista aconselha, em época de dificuldades, uma estrutura de custos leve e flexível. Que quer isto dizer? Será que, no seu caso pessoal, tem mesmo de estar agarrado a uma casa que está a comprar, em vez de alugar uma? Se arrendar, já não corre o risco de mudar de trabalho e ficar com uma actividade profissional a 50 quilómetros da residência (pois, agora você está amarrado a ela...). Consequências: gastar mais em transportes ou gasolina, perder muito mais tempo...
O formador fala da importância de não concentrar toda a energia num só trabalho. Acumule várias formas (legais, de preferência) de ganhar dinheiro. Assim, quando perder uma, ainda tem as outras.
Para o empresário, "precisamos de ser mais proactivos, empreendedores. Actuar. Depender menos dos outros para poupar dinheiro e multiplicá-lo. Está muito nas mãos de cada um de nós tornar a economia sustentável. Se não nos mexermos rapidamente, o nosso futuro está cada vez mais comprometido".
Os portugueses já foram um dos povos menos gastadores. O conferencista revela que passamos de taxas de poupança de 30%, nos anos 1970, para 4%, na actualidade.
O livro tem, ainda, uma muito extensa bibliografia, um glossário capaz de tornar uma criança de sete anos mestre em economia e diversas citações a entidades tão credíveis como o INE. E o autor dá-nos uma informação inesperada (ou não...). Esclarece que "a maior parte dos créditos, endividamentos e penhoras judiciais não têm que ver com a casa ou o carro. Referem-se a bens de consumo vindos das grandes superfícies comerciais. Electrodomésticos, vestuário... Comprados por pessoas que se endividaram continuamente, para adquirir sempre mais bens".
Há hábitos "espertos" que são tão pequeninos como importantes. Contrarie a omnipresente tendência, tão moderna, de pagar sempre com o cartão. Isso muda tudo. Passe a comprar tudo o que puder com notas - pequenas. Terá uma noção totalmente diferente do dinheiro que gasta. Dar-lhe-á mais valor. Vai perceber que, afinal, não andava nenhum desconhecido a descarregar o conteúdo da sua conta. Era você...
Os truques quotidianos, muito mais relevantes para a sua vida do que pensa, sucedem-se no pensamento sistematizado deste autor. Faça você mesmo as suas prendas, em vez de se perder em espirais de consumismo e em filas infindáveis para escolher, comprar e embrulhar os presentes de Natal para toda a família. Revolucionário? Sim. Mas pode salvá-lo. Não vá para o supermercado com fome. Vai esbanjar muito mais em alimentos hipercalóricos e desadequados para a sua alimentação. Não tome o pequeno-almoço fora de casa. Por um sumo de laranja, vai pagar mais ou menos o mesmo que por um quilo do dito fruto. E faça as contas ao que perde em tabaco. Um dos amigos de Pedro Queiroga Carrilho meteu-se em cálculos e percebeu rapidamente que as despesas em cigarros ultrapassavam o dinheiro que empregava em comida...
PARA ONDE VAI?!
Pedro Queiroga Carrilho, no livro O Seu Primeiro Milhão, convida-nos a perceber onde é que gastamos verdadeiramente o nosso ordenado.
1.Indivíduo só, com menos de 30 anos:
(a) Alimentação e Bebidas Não alcoólicas - 6%
(b) Bebidas Alcoólicas e Tabaco - 1%
(c) Vestuário e Calçado - 7%
(d) Habitação - 33%
(e) Saúde - 3%
(f) Aquisição e Despesas com Veículos - 7%
(g) Transportes e Comunicações - 3%
(h) Educação e Cultura - 5%
2.Indivíduo só, com idade igual ou superior a 30 e inferior a 65:
(a) 14%
(b) 3%
(c) 8%
(d) 27%
(e) 5%
(f) 12%
(g) 3%
(h) 7%
3.Indivíduo só, idade igual ou superior a 65:
(a) 24%
(b) 1%
(c) 4%
(d) 31%
(e) 9%
(f) 3%
(g) 4%
(h) 7%
4. Casal sem descendentes com ambos os membros de idade inferior a 65:
(a) 21%
(b) 3%
(c) 6%
(d) 22%
(e) 5%
(f) 16%
(g) 3%
(h) 6%
5. Casal sem descendentes; pelo menos um membro de idade igual ou superior a 65:
(a) 28%
(b) 2%
(c) 5%
(d) 24%
(e) 8%
(f) 12%
(g) 3%
(h) 7%
6. Casal com um descendente de idade igual ou inferior a 16:
(a) 17%
(b) 3%
(c) 7%
(d) 20%
(e) 4%
(f) 18%
(g) 3%
(h) 6%
7. Casal com dois descendentes de idade igual ou inferior a 16:
(a) 18%
(b) 3%
(c) 7%
(d) 18%
(e) 3%
(f) 19%
(g) 2%
(h) 6%
8. Casal com três ou mais descendentes de idade igual ou inferior a 16:
(a) 27%
(b) 3%
(c) 6%
(d) 20%
(e) 4%
(f) 10%
(g) 3%
(h) 5%
9. Agregado monoparental com crianças de idade igual ou inferior a 16:
(a) 22%
(b) 2%
(c) 7%
(d) 27%
(e) 5%
(f) 8%
(g) 4%
(h) 5%
10. Casal ou agregado monoparental com pelo menos uma criança com idade superior a 16 e igual ou inferior a 21:
(a) 19%
(b) 3%
(c) 7%
(d) 21%
(e) 5%
(f) 15%
(g)4%
(h) 5%
11. Outro tipo de agregado:
(a) 22%
(b) 3%
(c) 7%
(d) 19%
(e) 4%
(f) 17%
(g) 3%
(h) 5%
O VERDADEIRO SALÁRIO À HORA
Pedro Queiroga Carrilho calculou, para o seu caso pessoal (dele, autor do livro, empresário e conferencista) qual é que é mesmo o verdadeiro salário, depois de analisadas todas as variáveis que estão realmente presentes.
Folha de Vencimentos - 10 euros líquidos à hora
Trabalho Principal: 40 HORAS - 250 EUROS - 6,25 EUROS/hora (depois dos descontos)
Trabalho Extra: 6 HORAS - 37,5 EUROS
Deslocações/Gasolina: 5 HORAS - 15 EUROS
Estacionamento: 4 EUROS
Vestuário e Calçado: 10 EUROS
Barbear/Visual de Trabalho: 2,5 HORAS - 2,5 EUROS
Merenda meio manhã/lanches: 1,5 HORAS - 5 EUROS
Pequenas Refeições intermédias variadas: 15 EUROS
Almoço: 5 HORAS - 37,5 EUROS
Material necessário/portátil/telemóvel/agenda electrónica/etc: 2 EUROS
Nas famílias numerosas (segundo a sua associação), os pais usam mais frequentemente os seus novos direitos, alargados há 4 semanas. Mas no total dos casais, só 0,7% aproveitam a possibilidade de substituir a mãe na licença de parto.
"Os bebés precisam tanto dos pais que, por mais alargadas que sejam as licenças pós-parto, isso nunca será suficiente para as crianças", diz Ana Paula Coutinho, da direcção da Associação para a Formação dos Pais (AFEP), sobre o novo regime jurídico de protecção social na maternidade, paternidade e adopção (ver abaixo). Mesmo assim, a dirigente afirma estar cem por cento de acordo com as alterações, que aumentam a licença pós-parto em mais um mês. O pai poderá substituir a mãe durante esse período, tal como já acontecia na lei de 2004.
Mas porque é que, em quatro anos, apenas 0,7% dos homens usaram este direito? Fazer isso "é muito mal visto nas empresas e serviços. O meu filho usou todos os direitos que lhe eram dados pela lei, e muita gente gozou com ele: 'então, a tua mulher não pode?'"
Quanto ao facto de os avós poderem agora tirar dias para cuidar dos netos doentes, a responsável diz achar "lindamente. Os pais não podem ficar sempre com os filhos. No primeiro ano de creche, as crianças têm problemas de saúde durante 70% do tempo. E os avós são, a seguir aos pais, os melhores prestadores de cuidados."
A medida do Governo é um importante sinal de apoio, elogia Ana Cid Gonçalves, secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN). E recorda que, mesmo quando há uma redução do vencimento durante a licença, há outros factores a considerar. "Ir trabalhar mais cedo também tem custos - transportes, alimentação... Essa é uma escolha de cada casal."
Classifica como benéfico o reforço dos direitos do homem nesta área. "A presença do pai é muito importante, e também a sua boa articulação com a mãe." O facto de ter havido muitos poucos a substituir a mãe "não quer dizer que eles não estejam presentes. E nós temos imensos associados que o fizeram. Enviámos um mail a fazer essa pergunta aos membros da associação e recebemos 16 respostas positivas num só dia." Conclusão? Ana Cid acredita que, entre as famílias numerosas, há muitos a utilizar essa possibilidade legal.
Ser pai está menos difícil, ou pelo menos, é essa a intenção do Governo. Neste momento, os que exercem a sua actividade com recibo evrde já não são esquecidos pelos apoios estatais. De acordo com a APFN e a Segurança Social (SS), o Subsídio de Maternidade já abrange os trabalhadores independentes. Isto desde que tenham descontado para a SS durante, pelo menos, seis meses (seguidos ou não). Segundo as informações fornecidas pela SS aos utentes, este apoio nunca é inferior a 80% de 1/30 do valor do Indexante dos Apoios Sociais. Traduzindo: em 2008 este valor correspondia a 10,86 euros por dia.
Tal como Ana Paula Coutinho, também a secretária-geral da APFN aprova o facto de os avós passarem a ter dias livres para cuidar dos netos doentes. Mas critica que o total de dias disponíveis seja igual para todos, em vez de ser proporcional ao número de filhos ou netos. Existindo mais crianças na família, será necessário ir mais vezes com elas ao médico - ou dirigir-se à escola para acompanhar as actividades.
Por si só, esta medida não vai conseguir combater a queda da natalidade. Para a dirigente da APFN, "é preciso um plano, um programa governamental, com apoios que sejam transversais a todas as áreas. Na habitação, na fiscalidade...". O problema é que as famílias com filhos "são muito prejudicadas, em vários aspectos. Mais importante do que criar novas ajudas, é retirar as diversas penalizações que existem."
Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), caredita que a nova lei poderá contribuir para estimular os casais - que tenham emprego - a ter mais do que um filho (ou pelo menos um). E considera que a legislação é equilibrada, criticando, em contrapartida, o que aconteceu no Reino Unido. O Governo deu "subsídios muito generosos e houve famílias que viram isso como uma forma de se financiarem, tendo gravidezes precoces disparado."
A LEI MELHOROU
Foi aprovado pelo Conselho de Ministros o novo regime jurídico de protecção social na maternidade, paternidade e adopção.
Data de aprovação do regime anterior: 2004
Lei anterior já permitia que pais substituíssem mães na licença pós-parto
40,2% também não usou a sua própria licença paterna de cinco dias após o parto, obrigatória por lei
Para beneficiar desta alteração, o homem tem que ficar em casa sem exercer actividade laboral durante, pelo menos, 30 dias.
Agora, os pais que o fizeram já podem beneficiar de dez dias em vez de cinco, remunerados a 100%
Se quiserem, podem ainda gozar outros dez dias, também pagos
A licença de seis meses pode ser prolongada por mais três, recebendo 25% do salário
1793 homens usaram este direito - ou seja, 0,7% dos pais
O pai também tem direito a faltar três dias para ir com a mãe às consultas pré-natais
A novidade mais original é que o homem continua a poder substituir a mulher, mas agora por cinco meses a 100% do salário bruto ou seis meses a 83% (são estas as novas condições para a licença de maternidade, que abrangem, tal como no regime de 2004, o homem - quando este substitui a mulher)
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS BENEFICIADOS
Os funcionários públicos demoram mais tempo a chegar a acordo com o Governo, mas vão beneficiar da nova lei, com retroactivos, por causa desse atraso
Os sindicatos contestam a exigência de ter que se trabalhar, no mínimo, seis meses, para ter direito às novas regras
Os representantes sindicais também criticaram o facto do Governo não ter ido mais longe nas percentagens de ordenado pagas a quem está a gozar a licença
Funcionários públicos com netos também poderão utilizar dias de trabalho para cuidar deles estando doentes
Todas as alterações agora aprovadas beneficiam não só os pais das crianças que vão nascer, mas também aqueles que já estão a usufruir de licença
Objectivo do novo regime: "Promover a conciliação da vida profissional e familiar na altura crítica do nascimento das crianças, estimular a igualdade e partilha de responsabilidades no interior da família, mas, igualmente, reforçar a protecção social, criando condições para o desenvolvimento integral das crianças", segundo o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva
Em 2007, cada mulher teve, em média, 1,3 filhos
Mínimo necessário para garantir substituição da população - 2,1
A queixa policial nem sempre é a resposta adequada. E nunca se deve fazer "nas costas" da vítima, para evitar represálias inesperadas.
"Eu andava sempre com os olhos negros. Ele obrigava-me a dormir no chão e a trabalhar na terra, como uma escrava." Aos 12 anos, "Marisa" tinha ido viver com um homem de 36. "Depois de seis, sete meses, a minha mãe começou a 'atirar-se', porque gostava dele. Por causa disso, bati nela. Nesse dia, ele começou a agredir-me. E passou a fazê-lo sempre." Aos 20 anos, a jovem faz parte das estísticas negras da violência doméstica em Portugal (ver abaixo). Mas é uma das mulheres que se libertaram do agressor, e agora está a reconstruir a vida, com a filha (de dois anos). Quer voltar à aldeia onde vivia, na Região Centro, e ficar perto da avó, da irmã e dos tios. Diz que não se importa de fazer qualquer trabalho, mesmo que seja pesado.
Fala, sem hesitações, de tudo o que lhe aconteceu. Um dia, quando foi buscar a menina ao infantário, decidiu que não ia suportar mais os abusos do marido. "Contei tudo na creche, eles comunicaram na Segurança Social e fui viver para uma instituição de apoio. Mais tarde saí de lá e fui para outra, porque quebrei as regras." Teve algum apoio da família, mas não do pai (cujo contacto não tem há anos) nem da mãe - esta vive agora com o ex-marido da vítima, que lhe bate e a maltrata, como já fizera antes com a filha. Ao princípio, os outros familiares defendiam o agressor, antes de descobrirem todos os pormenores da situação. "Sabiam de umas coisas, e de outras não. Viviam longe de mim..."
A bebé de "Marisa" não é indiferente ao que passou à sua volta. "Ficou traumatizada. Não aceita o colo do meu cunhado, dos meus tios, de nenhum homem. Se me vê ralhar com uma amiga (na brincadeira), ou dar uma palmadinha em alguém, põe-se logo a gritar." Por enquanto, a pequena ainda não está a ter acompanhamento psicológico. "Mas mais tarde, talvez precise."
A entrevistada tem recebido, da organização que a acolheu, todos os apoios necessários. "Ajudam-me a encontrar cursos, já que estou desempregada. Quando preciso de uma carta para apresentar nalgum sítio, nunca tenho de me preocupar. A directora está disponível em quanquer situação."
Confia no futuro. "O meu projecto de vida é estar junto com os meus familiares. Não quero ficar numa casa com a minha filha, sozinha, a pagar renda. Estou a refazer a vida e a ultrapasar tudo aquilo que aconteceu. E até agora, nunca precisei de ajuda de psicólogos." Será que a violência afectiva juvenil, iniciada tão cedo como no caso de "Marisa", é um problema cada vez mais preocupante? Para Carmen Fonseca, assistente social responsável pela Casa da Mãe (instituição de solidariedade social para acolhimento e apoio de vítimas de violência, pertencente à Obra de Promoção Social do distrito de Coimbra), o problema existe há décadas. A diferença é que começamos a dar-lhes atenção.
As mulheres que vão parar às organizações de acolhimento foram, em grande parte dos casos, violadas desde bem pequenas. Pelo avô, pelo pai, por outro familiar... "Há uma que foi violada por três homens antes dos sete anos. Essas pessoas desenvolvem a perspectiva de que todos os homens são assim - depois de serem abusadas por quem lhes deve protecção."
A Casa da Mãe apoia as vítimas, mas também alguns dos agressores. "Que, em muitos casos, precisam de ajuda psicológica." Mas quando são psicopatas ou sociopatas, "não estabelecemos qualquer contacto". Há muitos casos em que a mulher quer voltar para casa e retomar a relação. E, explica a responsável, isso pode ser viável em determinadas situações. Haverá que utilizar, por exemplo, terapia para agressores e terapia de casais. E criar condições mínimas de segurança. Uma ajuda útil: ensinar maneiras de combater o stress e a irritação. Explicar o que fazer nessas situações. "Direccionar a raiva para outras coisas, não para o companheiro. Os homens aderem muito bem a isso."
Quando o caso tem outra figura e implica, obrigatoriamente, a separação total, lá por isso não deixa de existir uma relação entre os dois membros do casal desfeito. "Continuamos a trabalhar com o agressor. Já não actuamos no lado conjugal, mas na perspectiva parental: não são companheiros, mas ele continua a ser o pai do(s) filho(s)." A não ser que (caso "raríssimo") haja inibição - pelos tribunais - do poder parental, e a proibição de visitar os filhos.
Quando a vítima não quer fazer queixa, esta instituição respeita a sua vontade - apesar de se tratar de um crime público, de denúncia obrigatória. Para Carmen Fonseca, não se deve fazer isso "nas costas" da pessoa agredida. Esta pode ser alvo de retaliações, quando está a tentar dar a volta ao problema de outra forma.
CASOS AUMENTAM
Em 2008, houve 10 192 queixas de violência doméstica na GNR
Em 138 postos da PSP foram feitas denúnicas
No mesmo ano, a Associação de Apoio à Vítima (APAV) registou 16 802 crimes deste tipo
Há em Portugal 34 casas-abrigo que acolhem as vítimas e as famílias
De 2000 a 2006, foram feitas 109 786 queixas e houve 2252 condenações
Já são registadas mais 20 000 denúncias anuais na PSP e GNR
Processos Judiciais de maus tratos que originaram sentença em 2000 - 213
Condenações em 2000 - 71
Arguidos:
2001 - 248
2002 - 463
2003 - 680
2004 - 864
2005 - 1035
2006 - 1033
Condenações
2001 - 128
2002 - 228
2003 - 344
2004 - 460
2005 - 527
2006 - 495
2007 -1480 acusações e 704 condenações
Queixas em 2000
2000 : 11 162
2001 : 12 697
2002 : 14 071
2003 : 17 527
2004 : 15 541
2005 : 18 193
2006 : 20 595
2007 : 21 907
A PROTECÇÃO DA LEI
A lei de 2007 estabelece:
Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações de liberdade e ofensas sexuais ao cônjuge ou ex-cônjuge (...) é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave não couber por força de outra disposição legal (...) Se dos factos previstos (...) resultar: ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão de dois a oito anos. Se resultar morte, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos.
Novidades da proposta de lei apresentada em Fevereiro pelo Governo.
Passa a existir o estatuto de vítima, e são exigidas medidas em 48 horas.
Quando é feita a denúncia do crime, as autoridades devem conferir à vítima (a seu pedido), um documento que comprova o estatuto de vítima, consagrando direitos e deveres.
Após o agressor ser constituído arguido, o tribunal pode, em 48 horas, aplicar-lhe medidas de coacção.
Se isso for necessário para proteger a vítima, o tribunal pode decretar vigilância electrónica ao arguido - por exemplo, através de pulseira.
Não podemos ser como Brad Pitt em O Estranho Caso de Benjamin Button, ficando cada sempre mais jovens em vez de envelhecer. Mas há formas saudáveis de enganar os anos. Trabalhar depois dos 65 pode ser uma. Mantenha o corpo e mente ocupados.
Morar na cidade é um motivo de rápida decadência. Viver em stress e fazer turnos tembém. É nos ambientes urbanos que há mais doenças cardiovasculares.
Sente dores que não tinha antes. A resistência física já não é o que era. Os esforços custam mais do que antes. Tem 40 e muitos, 50 anos? Isso pode ser perfeitamente normal e não constituir qualquer razão de preocupação... Chama-se envelhecimento. E há boas notícias. Dois cardiologistas, um ortopedista e um médico com formação em geriatria disseram que esse processo pode ser atenuado e retardado. Com uma boa "higiene de vida" (durante toda a existência, mas ainda mais a partir dos 40). E o que quer isso dizer? "Exercício físico moderado e regular, alimentação cuidada, menos proteínas, mais líquidos, menos gorduras", esclarece o ortopedista Fernando Pessoa D'Almeida.
Há, explica, uma alteração do "ambiente" hormonal: quebra da produção de estrogénio nas mulheres, e grande redução da testosterona nos homens das mesmas idades. Nessa altura, iniciam-se a descalcificação dos ossos e as alterações nas cartilagens. As células tornam-se demasiado preguiçosas para reconstruir os ossos, o que leva à osteoporose, "uma doença fundamental no século XXI".
Mas no caso dos homens, não é consensual a existência de uma coisa chamada "andropausa". João Gorjão Clara, médico e único membro português da Sociedade Médica de Geriatria da União Europeia (com formação especializada, patrocinada por esta organização), não concorda com esse conceito. "Não! Está mal definido e caracterizado. É uma pura extrapolação masculina do significado da menopausa. Esta última é a perda da capacidade reprodutora da mulher. Mas o homem pode continuar fértil até aos 90. Charlie Chaplin foi pai aos 73 anos."
As alterações hormonais (e suas consequências) que acontecem nas mulheres na idade da menopausa não são evidentes nos homens. Não têm uma data definida. "A partir dos 15, 16 anos, o homem começa a perder a sua capacidade reprodutora. Mas o processo de amadurecimento intelectual não é paralelo a este. E quando se dá o envelhecimento, também não existe esse paralelismo" entre a decadência física, sexual e mental.
Não há um padrão unificado do envelhecimento masculino, até porque ele varia de um homem para outro. Mas há muitos sinais comuns (tanto para eles como para as mulheres). Exemplos: os intestinos trabalham mais devagar, a massa muscular diminui (aos 80 anos, pode ser metade da que existia aos 30), os ligamentos das articulações tornam-se mais rígidos.
Há muitas razões para que pessoas da mesma idade e sexo envelheçam de forma diferente. Mas os nossos quatro especialistas destacam certos factores. As profissões de maior stress, com horários imprevisíveis, turnos e trabalho nocturno, estão muito associadas ao desgaste rápido, informa João de Sousa, cardiologista e presidente da Associação Portuguesa de Arritmologia. Em termos geográficos, o médico recorda que na cidade existe mais stress, um importante motivo de degradação física e psicológica.
Carlos Morais, cardiologista e responsável pela unidade pacing e arritmologia do Hospital Fernando Fonseca, salienta que há mais doenças cardiovasculares nos ambientes urbanos. O maldito stress, hábitos alimentares desregados e "dificuldades em conciliar a prática desportiva com os horários sobrecarregados" são os culpados.
Tem-se falado na possibilidade de chamar profissionais reformados para regressar ao mundo do trabalho. O clínico acredita que essa hipótese "parece aceitável. Na próxima década, teremos um rácio de três idosos para um jovem nas sociedades ocidentais. Terá de haver um reequilíbrio de forças sociais produtivas. A maior longevidade (esperança de vida de 76 anos), com mais qualidade de vida, permite que pessoas bem acima dos 60 anos possam manter uma actividade profissional". Podem continuar a ser produtivos, "com vantagens para a sociedade. Isso deverá ser equilibrado com a necessidade de não tornar mais difícil o acesso ao trabalho pelos jovens".
João Gorjão Clara lembra que quando envelhecemos, "perdemos capacidades intelectuais discretamente... Se usarmos a cabeça. Mas desaparecem rapidamente, se não a utilizarmos". E recorda que há idosos com grande capacidade mental. O segredo? Todos se mantêm extremamente activos. É o caso de Fernando Pádua (aos 80 anos impulsiona o Instituto de Cardiologia Preventiva e é cara da fundação que tem o seu nome), Adriano Moreira (escreve artigos de opinião e é reconhecido como especialista inquestionável em Direito e Relações Internacionais) ou José Hermano Saraiva (o mestre da História e da comunicação televisiva).
A IDADE DA DECADÊNCIA
1. OSTEOPOROSE
Acontece quando a quantidade de massa óssea diminui substancialmente.
Resultado - ossos ocos, finos e extremamente sensíveis a fracturas.
Faz parte do processo de envelhecimento.
Mais comum nas mulheres.
Não costuma apresentar sintomas detectáveis, antes de acontecer uma fractura - normalmente, espontânea.
2. REUMÁTICO
Grupo de doenças que afectam articulações, músculos e esqueleto, caracterizado por dores e restrições de movimentos.
Inclui a artrose, doença degenerativa.
Engloba a gota, doença do metabolismo.
Abarca a febre reumática, doença infecciosa.
3. ARTRITE
Inflamação das articulações - conjunto de sintomas e sinais que resultam de lesões nas articulações, por diversas causas.
Há vários tipos de artrite.
Artrite degenerativa - caracterizada por degeneração da cartilagem articular, hipertrofia óssea e dor nos movimentos.
Artrite gotosa - provocada por reacção inflamatória e microcristias minerais de urato. Mais frequente nos homens.
Artrite psoriática - tem que ver com as possíveis consequências, nas articulações, da psoríase - doença de pele.
Artrite reumatóide - a mais comum das doenças reumáticas inflamatórias. Atinge 0,5% a 1% da população mundial.
DOENÇA DE PARKINSON
É provocada pela morte dos neurónios produtores de dopamina no sistema nervoso central.
As zonas afectadas controlam os movimentos inconscientes. Exemplos - movimentos dos músculos da face (da comunicação emocional inconsciente) ou das pernas.
Estudos recentes apontam para uma ligação entre esta doença e a vitamina D.
DOENÇA DE ALZHEIMER
Forma mais comum de demência.
Doença degenerativa, incurável e terminal.
Costuma acontecer depois dos 65, embora também possa atingir pessoas mais novas.
Em 2006 havia 26,6 milhões de doentes de Alzheimer no Mundo.
Sintoma mais comum - perda de memória.
Sinais posteriores - confusão, irritabilidade, agressividade, alterações de humor, falhas de linguagem, perda de memória de longo prazo, desligamento da realidade.
DEMÊNCIA
Doença que se caracteriza pela existência de vários problemas cognitivos, como por exemploa amnésia. Inclui também a perturbação do funcionamento executivo (pensar abastractamente e organizar os passos necessários à concretização de uma iniciativa).
Põe em causa o desempenho social e profissional.
Causas - problems vasculares cerebrais, traumatismos crânio-encefálicos, tumores cerebrais, doenças do metabilismo, infecções ou intoxicações do sistema nervoso, doenças psicológicas.
ALTERAÇÕES PROGRESSIVAS
NO HOMEM
Alterações fisiológicas masculinas provocadas pelo envelhecimento.
Os sintomas físicos destas alterações são mais subtis no homem do que na mulher, não sendo observados e identificados com facilidade.
As modificações são provocadas pela diminuição dos níveis de testosterona.
Esta redução é de aproximadamente 1% ao ano, após os 40.
Alguns possíveis sinais:
Desinteresse sexual;
Problemas de erecção;
Falta de concentração e memória;
Insónia;
Perda de peso;
Depressão.
MENOPAUSA
É o período fisiológico que começa depois do último ciclo menstrual.
A idade varia. Mas, normalmente, acontece por volta dos 50 anos.
Há também a menopausa cirúrgica - acontece após a retirada dos ovários ou do útero.
Quando sucede naturalmente, é porque os ovários deixaram de produzir estrogénios, ao mesmo tempo que a capacidade reprodutiva diminui.
Enquanto o organismo se adapta às variações nas hormonas, surgem alguns sintomas.
Sinais mais frequentes - ondas de calor, palpitações, alterações psicológicas - depressão, irritabilidade, ansiedade, humor instável, falta de concentração.
Estágios, bolsas, cursos, apoios. Descubra ao que pode concorrer. Há apoios pensados para 57 mil pessoas em várias situações de desocupação laboral. Para já, a crise está a beneficiar os psiquiatras, que vêem as consultas disparar.
Ministros europeus defendem redução de horas de trabalho em vez de despedimentos. Em Maio, há uma cimeira dos 27. Ponto único: emprego.
Se está desempregado ou acha que pode vir a ficar, este artigo é para si. Com as notícias constantes acerca de despedimentos, o Governo anunciou medidas destinadas a lidar com a situação. O Ministério do Trabalho decidiu que vai haver um acompanhamento especial aos que se encontram a quatro meses do fim do subsídio de desemprego. Esse trabalho vai ser feito em conjunto, pelos serviços da Segurança Social e pelos centros de emprego.
Quem se encontrar na dita situação é chamado para reuniões. O objectivo é encontrar formas de ocupação, proporcionar estágios e informação sobre apoios sociais. São ideias que fazem parte do plano Iniciativa de Investimento e Emprego, apresentado publicamente pelo ministro do Trabalho, Vieira da Silva. O novo plano governamental de ocupação de desempregados prevê uma bateria de medidas para quem deixou de ter trabalho. Os estágios profissionais destinam-se a quem tem até 35 anos e um curso secundário ou superior. A remuneração será de 629 a 838 euros e deverão ser abrangidos 12 mil jovens. Os estágios de qualificação-emprego são para maiores de 35. O pagamento vai de 524 a 838 euros, existindo dez mil vagas. Os contratos emprego-inserção são outra forma de dizer trabalho em entidades não lucrativas ou autarquias. Esta oferta é para desempregados que estão a receber subsídio. Implica um complemento de 20 por cento desse valor. Ou 419 euros, para quem beneficia do rendimento social de inserção. Uma medida para atingir 30 mil pessoas. Mas há também os cursos de formação de adultos. São formações certificadas, para quem não está a trabalhar, com bolsa de 419 euros. Destinatários - cinco mil.
Se o panorama não é dos mais favoráveis para os muitos milhões que precisam de ocupação para sobreviver, também vão surgindo notícias de abusos por parte das empresas. Renault Cacia, Ecco Let, Visteon e Saint-Gobain, entre outras, são acusadas pela CGTP de aproveitar ilicitamente o clima de recessão para parar a produção, despedir ou fechar. A estrutura sindical analisou quase 350 empresas que estão em maus lençóis (faliram, fecharam, estão a reestruturar, paralisaram ou não estão a pagar). Resultado desta investigação: há empresários que aproveitam a crise para justificar estas decisões, e pelo caminho violam as leis laborais.
A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) veio conformar algumas destas denúncias, não reconhecidas pelo Governo. Mais precisamente, a ACT admitiu 21 violações à lei e nove práticas criminais em 581 unidades empresariais.
A CGTP afirma que alguns destes empresários infractores até tiveram direito a apoios estatais, e - em contrapartida - se tinham comprometido a não extinguir os postos de trabalho. Diz a Central que a Renault Cacia encaixou 29 milhões de euros em apoios, destinados a criar 100 empregos. No entanto, paralisou a produção e despediu 30 pessoas.
São práticas alegadamente ilegais ou ilícitas, que vão directamente contra as recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Este organismo mundial afirmou, na semana passada, que as políticas de emprego devem levar os empresários a conservar, sempre que possível, os funcionários. Até porque eles vão ser necessários, quando os mercados começarem a recuperar.
Em vez de despedir, as unidades podem reduzir o tempo laboral, aconselha esta entidade. Também os ministros das Finanças dos países aderentes ao euro pediram a mesma coisa, numa recente reunião.
Mas se há uma actividade que parece estara beneficiar do clima que se vive, é a psiquiatria. O desemprego está a agravar as depressões em Portugal, aumentando o número de consultas de psiquiatria. Dois milhões de portugueses vão ser atacados por uma perturbação mental este ano, diz a coordenação do Plano Nacional de Saúde Mental. E 263 euros será a despesa média mensal de cada doente deste tipo de patologias no nosso país. Até 2007, e em apenas três anos, disparou 14 por cento o consumo de ansiolíticos, antidepressivos, hipnóticos e sedativos. Números que deverão aumentar, já que os economistas prevêem que o desemprego seja atirado para cima dos oito por cento. Em Dezembro de 2008, eram 399 mil. Os últimos dados do Insituto Nacional de Estatística apontam para 437 mil.
Em Maio, vai haver uma cimeira extraordinária dos 27 países da União Europeia. Ponto único da agenda: emprego.
DESEMPREGO NO MUNDO
24 JANEIRO
Rússia anuncia ter seis milhões de desempregados;
McDonald's diz que vai criar 12 000 empregos na Europa
1 FEVEREIRO
Gigante farmacêutico GlaxoSmithKline anuncia que despedirá milhares de trabalhadores no Mundo. Jornais falam em 6000 e 10 ooo.
3 FEVEREIRO
Transportadora aéria escandinava SAS anuncia 3000 despedimentos.
4 FEVEREIRO
Japonesa Panasonic anuncia que despedirá 15 000 pessoas e fechará 27 fábricas no Mundo.
Agência Lusa diz que trabalhadores portugueses não são afectados.
A norte-americana Macy's, 2ª maior cadeia de lojas de vestuários dos EUA, diz que eliminará 7000 empregoa (4% do total). Objectivo: poupar 311 milhões de euros.
5 FEVEREIRO
Construtor aeronáutico canadiano Bombardier Aerospace afirma que vai despedir 1360 pessoas (4,5% da sua mão-de-obra).
Trabalhadores afectados: Montreal (Can.), Wichita (Kansas, EUA); Belfast (Irl.).
6 FEVEREIRO
A japonesa Sharp diz que vai fechar duas fábricas de ecrãs LCD no seu país, despedir 1500 trabalhadores e reduzir os salários dos executivos entre 30% e 50%.
O espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) congela salários dos altos quadros dirigentes.
Mercedes Benz (entre outras coisas, o maior fabricante de camiões no Brasil) anuncia que colocará em férias forçadas 7000 operários da sua fábrica em S. Bernardo do Campo (São Paulo).
7 FEVEREIRO
A British Airways diz que vai congelar salários a 42 000 trabalhadores.
General Motors diz que despedirá 5000 trabalhadores.
9 FEVEREIRO
A sul-africana AngloPlatinum, maior produtor mundial de platina, garante que suprimirá 10 000 postos de trabalho (13% dos assalariados).
Santander inicia reestruturação que implica despedir 300 funcionários (30%).
General Motors e Chrysler anunciam que precisam de ser protegidas pelo Governo norte-americano contra os credores.
Japonesa Nissan divulga 20 000 despedimentos (8,5%); cortes de 10% nos salários; e abandono dos projectos com a Renault em Marrocos e na Índia.
10 FEVEREIRO
General Motors divulga 20 000 despedimentos.
Gigante alemã dos pneus Continental Mabor à beira da falência.
Filial de Lousada, Vila Nova de Famalicão, receia futuro.
O escocês Royal Bank of Scotland suprime 2300 empregos.
O UBS, o maior banco da Suíça, despede 2000.
13 FEVEREIRO
Air France extingue 1200 empregos.
DESEMPREGO EM PORTUGAL
23 JANEIRO
Vila do Conde Multinacional alemã da electrónica Quimonda declara falência.
Tinha 2000 empregados.
Assegurava 5% do PIB.
3 FEVEREIRO
Portuguesa Sonae Indústria admite encerrar duas fábricas em França.
Nas suas seis fábricas francesas trabalham, segundo comunicado desta data, 791 pessoas.
Mozelos, Santa Maria da Feira, Corticeira, Amorim anuncia despedimento de 195 funcionários.
4 FEVEREIRO
Santa Maria da Feira - Suberus (2ª maior corticeira em Portugal) pede insolvência em quatro das cinco unidades.
Decisão afecta 300 dos 500 trabalhadores do grupo em Portugal.
6 FEVEREIRO
Matosinhos - A Organtex, têxtil fornecedora da Nike, Benetton, Adidas e seleccões de futebol de todo o Mundo, pede insolvência.
Tinha 150 trabalhadores.
Esposende - Fábrica de malhas Carfer, de 160 funcionários, anuncia encerramento.
11 FEVEREIRO
Santarém - Cervejaria Drinkin, actual fabricante da Cintra, inicia processo de insolvência.
115 funcionários afectados.
12 FEVEREIRO
Barreiro - Encerra produção de ureia e amoníaco da fábrica Amoníaco.
200 trabalhadores da Pioneer Portugal preocupados: multinacional Pioneer divulga 10 000 despedimentos e abandono do mercado dos televisores.
Estreia dia 26 e as expectativas são elevadas. Tanto de quem lá trabalha como do espectador, que ganha com a concorrência que se começa a desenhar na TV Cabo.
Inicialmente estava tudo pensado para que a 20 deste mês - na celebação do 16º aniversário da estação - fosse apresentado o novo canal de notícias TVI24. Uma estreia que ficou adiada para dis 26 e que prende-se com as férias de Carnaval, que geralmente causam uma mudança no perfil do telespectador do cabo, onde o canal irá concorrer com a SIC Notícias e a RTP N.
O lançamento deste novo projecto informativo da Prisa vai ser emitido no número sete da grelha da TV Cabo e trata-se de um processo que se arrasta desde 2000 e que vê agora, finalmente, a luz do dia. A estação de Queluz era o único operador sem canal de notícias e durante 24 horas passa, então, a focar a sua atenção na actualidade informativa.
A contagem decrescente já começou e João Maia Abreu, director do projecto e director de Informação da estação generalista, revelou como estão a correr os últimos dias que antecedem a este arranque: "Estamos a ultimar pormenores, estão a ser feitos testes. É com muito entusiasmo que estamos a viver este período. É um projecto novo e nem toda a gente assiste ao longo da sua carreira ao nascimento de um canal. É um enorme desafio e é com grande expectativa que o colocamos no ar."
Ao contrário do que se possa pensar não vão existir duas redacções em Queluz: "Pretendemos utilizar profissionais da TVI, aproveitando sinergias e valendo-nos da nossa postura na informação que é reconhecida pelos espectadores. Conjugaremos rostos da TVI com sangue novo, que dará uma alma complementar à redacção. É um canal que é nosso e que sai do empenho da redacção que é só uma", revela João, acrescentando, por alto, quantos profissionais entre jornalistas, técnicos e operadores foram contratados: "Ainda não há números fechados, mas fala-se em 50."
As expectativas não podiam ser melhores: "Os objectivos do novo canal são liderar os canais por cabo. Queremos ser o canal de informação mais visto. Sabemos que a altura não é a melhor, estamos num período de crise e condicionamentos pela situação económica, mas acreditamos que vamos ser o melhor canal de notícias da cabo."
A "cartada de mestre", se assim lhes podemos chamar, do novo canal de notícias - e com a qual petendem ganhar audiências - é o facto de contarem com actores exclusivos da TVI - como Pedro Granger e Alexandra Lencastre - para apresentarem programas de televisão, algo que tanto um como outro já fizeram, assim como com a sexóloga Marta Crawford, que também terá o seu espaço: "Eles vão equilibrar o bjectivo do canal, que é informativo, mas tem espaço para conversas descontraídas, com um enfoque especial, que visam atingir outros públicos", confessa o director, adiantando que nem ele nem Manuela Moura Guedes terão, por enquanto, qualquer programa.
Quanto a um projecto semelhante ao conceituado Manhattan Connection, transmitido pelo GNT, João Maia Abreu afirma que "está a ser preparado um programa parecido", mas não comenta se Constança Cunha e Sá e Fernanda Câncio fazem parte do mesmo. O segredo continua a ser a alma do negócio e o director do novo canal também não revela se Susana Bento Ramos vai passar para as manhãs do canal por cabo, frisando apenas que "não há duplas pensadas para a informação do TVI24."
O certo é que o canal está quase a entrar na casa dos portugueses, as últimas obras no estúdio prosseguem, assim como os testes de imagem aos pivôs da estação; os estagiários querem dar o seu melhor, assim como alguns profissionais que trocaram a estação pública por este novo projecto, como o caso de Bernardo Santos, Isabel Loução Santos, Rita Rodrigues e Maria João Figueiredo.
O director-geral da TVI, José Eduardo Mniz, já prometeu que vai surpreender os espectadores. Resta agurdar pela próxima quinta-feira, dia 26.
José Eduardo Moniz
56 anos
Casado (com Manuela Moura Guedes)
Director-geral da TVI
Foi chefe de redacção da RTP, está nos quadros de Queluz desde 1998
João Maia Abreu
37 anos
Solteiro (namora com a jornalista Beatriz Jálon)
Director de Informação da TVI desde Abril de 2007, acumula agora a função de director do TVI24
Estreou-se na SIC, no programa Tempo dos Jogos
Henrique Garcia
61 anos
Casado (com Margarida Veloso)
Ex-pivô da estação de Queluz, há algum tempo que está fora do ar
35 anos de uma carreira ligada ao jornalismo
Caras da TVI24
Alexandra Lencastre
ACTRIZ EXCLUSIVA TVI: No arranque da SIC, 1992, apresentou Na Cama com; em 1994 o programa Perdoa-me
Marta Crawford
PSICÓLOGA E TERAPEUTA SEXUAL: Escreveu o livro Sexo sem Tabus e Viver o Sexo e apresentor AB Sexo, na TVI
Pedro Granger
ACTOR EXCLUSIVO TVI: Apresentou Ídolos na SIC, em 2003, e não está em novelas
José Carlos Araújo
JORNALISTA: Apresentou Diário da Manhã, na TVI
Constança Cunha e Sá
JORNALISTA E EDITORA DE POLÍICA TVI: Apresentou Cartas na Mesa, na estação de Queluz
Fernanda Câncio
JORNALISTA DO DN: Trabalhou com Margarida Marante no Esta Semana, na SIC, entre 1996 e 2002
OS NÚMEROS DA TVI 24
Arranca a 26 de Fevereiro
Vai ser emitido no nº 7 da grelha da TV CABO
Desde 2000que o processo do canal se arrasta
Investimento de 3,8 milhões de euros
Henrique Garciavai apresentar o bloco informativo das 21 horas