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terça-feira, 14 de abril de 2009

PODER MENTAL Influencia Realidade


Acreditar num certo medicamento ou na ajuda de Deus torna mais fácil derrotar uma doença. Mas não é só por isso que os crentes têm melhores prognósticos.

Quem tem cancro classifica a sua gravidade a partir dos rostos de quem está à volta. Se os familiares se mostram descontraídos, então não é assim tão mau.


"Quando ajudamos um sem-abrigo, falamos com ele e olhamos nos olhos, há uma transferência de emoções. Ele sente gratidão e felicidade, e nós experimentamos o mesmo. Isso acontece graças aos neurónios-espelho: o sentimento de outra pessoa reflecte-se em nós." É assim que Pilar Varela, psicóloga e autora de Ansiosamente (editado pela Esfera dos Livros), explica o êxtase que se sente depois de fazer uma coisa muito importante por alguém. Aplica o mesmo raciocínio ao médico que trabalha num campo de refugiados e se sente feliz... Mas também a alguém que assiste a uma dança e vive o mesmo bem-estar atingido pelos bailarinos que estão à sua frente.

Esta é só uma das muitas manifestações do poder da mente sobre a realidade, como já explicou a revista Time. Maria Jesus Alava Reyes, psicóloga que escreveu A Arte de Arruinar a Sua Própria Vida e A Inutilidade do Sofrimento (Esfera dos Livros), esclarece-nos sobre alguns efeitos da crença. "As pessoas que têm uma fé religiosa mostram, perante determinadas doenças, maior esperança. Têm mais poder mental e capacidade de lutar. E a força da mente, bem direccionada, pode trazer resultados muito bons. Predispõe-nos para esses combates." Quem tem um cancro e confia em Deus para ajudá-la tem melhores possibilidades de recuperação. O seu sistema imunitário é beneficiado.

Pilar Varela concorda. As nossas células imunitárias, diz, funcionam melhor quando estamos felizes. Se a confiança na cura beneficia o nosso organismo, o mesmo acontece com as boas relações pessoais. E com o desporto, a luz do Sol, a autoconfiança, a alegria, o amor...

A escritora sublinha que um paciente de cancro classifica a gravidade da sua doença a partir das reacções que vê nos rostos em volta. Quanto mais preocupados e tristes estiverem os amigos e familiares, pior será o problema, pensa. Se estão tranquilos e bem-dispostos, há muito mais hipóteses de cura, acredita o doente. E isso vai melhorar ou piorar a evolução da doença, salienta a especialista. Pilar Varela baseia as suas afirmações em contactos com psico-oncólogos.

Se acreditarmos que um medicamento falso (placebo) vai fazer-nos bem, a nossa mente vai levar-nos a deixar de ter dores, fazendo-nos sentir melhor. Se acharmos que Deus nos auxiliará (junto com os médicos, claro) a patologia tornar-se-á menos complicada, já sabemos... Mas isso também acontece "porque os crentes são muito mais cuidadosos e rigorosos nos tratamentos". Por acharem que eles vão resultar. Mais esperança é igual a maior empenho em cumprir as mais ínfimas exigências e recomendações dos clínicos. Isso resulta em novas melhorias, o que por sua vez proporciona esperanças reforçadas...

O efeito placebo habita, noutras palavras, numa característica de personalidade compatível à fé - a resiliência, segundo Sandra Santos. A psicóloga clínica ilumina este conceito. É, diz (tal como Maria Jesus Alava Reyes), a capacidade para resistir às adversidades, mantendo a saúde mental. A fé, classifica, não tem de ser religiosa. Mas permite que "no templo sagrado da mente" a vida se viva com a criatividade "que tranquilamente nos transforma" em pessoas melhores. Tornando-nos "cada vez mais iguais a nós próprios". O homem de fé, garente, é sempre um talismã na sua relação com o outro. Interroga-se, questiona o Mundo e esse exercício permanente mantém-no vinculado aos outros e à realidade. Está por isso, acrescenta, fortemente alicerçado à vida. Expressa o deslumbramento, o entusiasmo, a generosidade e a paixão. Esta visão fornece imunidade - física e psíquica, concretiza a psicóloga.

E como se explica a leveza espiritual que se sente durante uma oração? Sandra Santos tem uma hipótese. Quando se reza, são os lobos frontais que lideram a actividade mental. Estes estão ligados à atenção e concentração. O lobo parietal está mais ou menos apagado, fornecendo uma sensação de ligeireza, de desligamento da realidade. A pessoa que ora está muito envolvida nessa actividade. Há, por exemplo, algumas que, mesmo idosas e analfabetas, decoram orações enormes... Esta atitude cerebral de memória, atenção, concentração, entrega e alheamento face ao exterior pode explicar o êxtase religioso.


COMO CURA?


Êxtase sentido após um acto altruístico:


Num estudo, 90% dos inquiridos disseram que esta sensação ajuda a diminuir o stress e a dor.


Efeito Placebo:


Acreditar numa cura leva a alterações reais no corpo. O cérebro activa os receptores opiáceos ou opióides em resposta aos comprimidos-placebo. Também aumenta a produção de dopamina em reacção a tratamentos falsos contra doença de Parkinson. Duas acções químicas que aumentam o prazer e bem-estar, diminuindo a dor. O cérebro até causa encolhimento num tumor, se a pessoa tiver fé num medicamento fictício.


Já foram feitos, pelo menos, 6000 estudos sobre orações efectuadas para pedir a cura de outras pessoas:



  • 52% dos pacientes por quem alguém rezou não tiveram melhorias.

  • Outros 51% não receberam orações em seu favor e também não tiveram melhorias.

A perspectiva religiosa:


Judaísmo - Os textos sagrados judeus pouco dizem sobre o que se passa ou não depois da morte. Concentram-se mais no que se deve fazer nesta vida.


Cristianismo - A maioria dos cristãos acreditam no céu e no inferno - e que o nosso destino depende das boas acções em vida.


Budismo - Acreditam na reencarnação, que só termina com a libertação final ou nirvana.


Islamismo - Os muçulmanos axreditam num dia do julgamento final depois da morte, em que os mortos se dividirão entre os condenados e os abençoados.


Hinduísmo - Semelhante ao budismo: a próxima vida depende daquilo que se praticou nesta


Taoísmo - A vida e a morte são verso e reverso da mesma moeda, a Tao. A morte é a passagem do ser a não ser, sem céu ou inferno.



ÊXTASE DIVINO


94% doentes inquiridos num estudo disseram não ter quaisquer problemas em que os seus médicos lhes perguntassem pelas suas crenças religiosas.



  • Sangue forte: Os pacientes de sida que se dizem crentes ou espiritualistas têm níveis mais altos de células CD4 - ligadas à imunidade.

  • Numa igreja rural a 48km de Santa Fé (EUA), crentes vêm em busca de cura, usando para isso a terra do lugar, com poderes alegadamente milagrosos. Uns beijam o chão, outros esfregam a terra no seu corpo ou nas fotos dos doentes incapacitados de lá ir. Outros até a comem.

  • Quando o corpo é privado de calorias, primeiro o fígado e depois os depósitos de gordura e proteína compensam esse défice, fornecendo energia às células necessitadas. Esta química alterada do organismo pode afectar o cérebro, levando alguns a sentir uma sensação "fora deste mundo".

  • Os católicos acreditam que a Virgem Maria apareceu em Fátima e em Lourdes - França. Ambas se tornaram mundialmente populares para os peregrinos. Água de uma fonte em Lourdes é considerada capaz de curar. Os fiéis bebem-na em busca de um milagre.

  • Nalgumas correntes islâmicas, acredita-se que os versos do Corão têm poderes curativos.

Baseado em Texto de: VASCO VENTURA



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