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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Pense antes de comer


A Greenpeace alerta: Além do bacalhau, vários peixes vulgares à nossa mesa, como atum e pescada, estão em extinção.


Desde que chegou a Potugal através do site http://www.greenpeace.pt/, a mais famosa organização ambientalista do Mundo elegeu a defesa dos oceanos e, em particular, a luta contra os excessos da pesca como principal combate a travar no nosso país. A escolha tem bons motivos. Por um lado, a histórica ligação dos portugueses ao mar e à pesca, por outro, o facto de Portugal ter direitos de exploração sobre uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas da Europa - que vai da costa continental portuguesa aos mares da Madeira e Açores. Mas, principalmente, porque os portugueses são quem mais peixe come na Europa. Em média, cada português come 60 quilos de pescado por ano. E, a verdade é que, se comer peixe faz bem à saúde, o crescente consumo de pescado está a ameaçara sobrevivência de muitas espécies. Algumas são tão vulgares à nossa mesa que, possivelmente, nem nos passa pela cabeça que estão à beira da extinção. O caso do bacalhau é mais conhecido, mas há muitas outras espécies em risco. Por isso, a Greenpeace criou a Lista Vermelha dos Peixes, para alertar os portugueses para os perigos que correm um total de 14 espécies que, por enquanto, ainda encontramos facilmente nas peixarias ou secções de produtos congelados. Algumas espécies, como o camarão, não estão ameaçadas, mas os métodos utilizados na sua captura são tão agressivos que ameaçam a sobrevivência de outras com quem partilham habitat, e que caem nas mesmas redes, como tubarões e raias, também incluídos na lista. Peixes tão populares como a pescada, o atum, o espadarte, o linguado, solha e tamboril correm o risco de desaparecer do mar, algo que já aconteceu com o salmão, praticamente extinto na Natureza, sobrevivendo apenas em viveiros.

Entre as espécies que constam daLista Vermelha, abundam os peixes de profundidade (casos do peixe-espada-branco, tamboris, camarões, linguados e solhas) e predadores como tubarões, espadartes e atuns, capturados com recurso a métodos como redes de arrasto que, como o nome indica, arrastam tudo o que nada, danificando também os fundos oceânicos que, após a sua passagem se transformam em desertos, estéreis de vida.



SABOROSOS, MAS EM EXTINÇÃO


Vulgares à mesa, raros no mar...

Salientamos oito, mas, ao todo, são 14 as espécies de peixes que a Greenpeace alerta: são tão vulgares à nossa mesa como raras no mar.

Na lista encontra-se a popular pescada, o tamboril, o camarão, o salmão, o atum e, claro, o bacalhau. E, criá-los em viveiro levanta problemas graves. Por isso, o ideal é moderar o seu consumo...


PORQUÊ MODERAR O CONSUMO?


3/4 dos stocks de peixe mundiais estão sobre-explorados ou esgotados

88% dos stocks da UE são sobre-explorados

90% das populações de peixes predadores estão esgotadas

1% dos oceanos e mares do Mundo estão protegidos contra 11% de áreas protegidas em terra



1. Atum


Situação: Em perigo de extinção


Algumas espécies do Atlântico e Mediterrâneo já estão classificadas em risco de extinção.

Muito apreciada para conservas e agora para o sushi, é uma das espécies mais procuradas, sendo alvo de pesca ilegal (pirata).


Aquacultura:


Como o atum não se reproduz em cativeiro, os juvenis criados nos viveiros vieram do mar. Para engordar um quilo, um atum precisa comer 20 a 25 kg de outras espécies.


2. Bacalhau do Atlântico


Situação: Em perigo de extinção


À excepção dos stocks da Islândia e do Mar de Barents, todas as populações (Canadá e Atlântico Nordeste) estão sobre-explordas.

Em 1993, a pesca comercial foi proibida na Terra Nova. Desde então os stockes não recuperaram.


3. Camarão


Por cada quilo de camarão capturado, pelo menos dez quilos de outras espécies são atiradas ao mar, mortas ou moribundas.

27% do desperdício de peixe a nível global deve-se à pesca agressiva desta espécie, com redes de arrast que pescam tudo e destroem o fundo do mar.


4. Linguado Europeu e Solha Americana


Situação: Vulnerável


Tal como outras espécies que vivem no fundo do mar, são capturadas com redes de arrasto que pescam tudo indiscriminadamente.

70% das capturas são peixes de outras espécies. No mar da Irlanda e baía da Viscaia o stock de linguado está à beira da ruptura.


5. Peixe-espada-branco


Situação: Vulnerável


Espécie de crescimento lento, é muito vulnerável à pressão da pesca.

Nos Açores, a redução das populações da espécie levou a redução das cotas de pesca em 2005.

O método de captura de peixe-espada-branco é agressivo e associado à morte de várias espécies de tubarões e aves marinhas.


6. Pescada


Situação: Sobre-explorada


Desde 2004 que o investigadores recomendam a proibição da sua pesca no Atlântico para que os stocks recuperem.

Todos os stocks de pescada do Atlântico estão em risco de colapso.


7. Salmão


Situação: Em extinção na Natureza


Espécie muito apreciada, o salmão selvagem desapareceu da maioria das águas Norte-Americanas, Europeias e Báltico devido à sobrepesca.


Aquacultura:


O impacto da criação desta espécie em viveiro é significativo: São necessários 4 a 5 quilos de outros peixes para que um salmão engorde um quilo.


8. Tamboril


Situação: Esgotado em Portugal


De crescimento lento, as fêmeas só começam a reproduzir-se entre os 5 e os 11 anos.

Esgotado em águas espanholas e portuguesas devido à sobre-pesca, no Atlântico Oeste a situação ameaça repetir-se.



PORQUÊ MODERAR O CONSUMO?


Os portugueses são os que mais peixes consomem na UE (60 quilos per capita). A Greenpeace recomenda cinco medidas para reduzir o impacto luso nos recursos vivos dos oceanos.



  1. Comer menos peixe: Porque os oceanos não suportam um aumento desenfreado do consumo.

  2. Recusar o peixe miúdo: Consumir peixes juvenis é impedi-los de atingir a idade em que podem reproduzir-se. A sua venda é proibida e pode ser denunciada à ASAE.

  3. Preferir espécies europeias: Além de não privar populações longínquas dos seus recursos, o transporte até ao local de consumo gastará menos energia.

  4. Pesca selectiva é mais sustentável: Anzóis e redes artesanais são preferíveis às redes de arrasto que matam juvenis e espécies não comerciais.

  5. A aquacultura, será solução?: Muitas espécies criadas em viveiros são alimentadas à base de peixes pescados no mar. Para evitar este contrasenso, o ideal é consumir espécies herbívoras e mariscos criados de forma sustentável.

Baseado em Texto de: ANABELA PEREIRA FERNANDES




sexta-feira, 7 de novembro de 2008

MIGRAR para não morrer


Segundo os cientistas, uma das piores consequências das alterações climáticas será a migração das espécies para locais onde as condições climáticas lhe sejam mais favoráveis. Esta é uma hipótese optimista, já que, de acordo com vários estudos, muitas espécies não coseguirão movimentar-se suficientemente rápido para acompanhar a velocidade com que as mudanças do clima acontecem. Razão pela qual se prevêm extinções em massa no futuro. Um dos estudos mais recentes foi realizado pelos cientistas do Museu de História Natural de Paris, que observaram o comportamento de 105 espécies de aves típicas da avifauna gaulesa.

As conclusões, publicadas na revista científica Proceedings não são animadoras. Apesar de detectarem ligeiras deslocações das espécies rumo a paragens mais frescas, os cientistas observaram que as aves não estão a ser suficientemente rápidas: se querem garantir uma "casa" à temperatura ideal, as aves francesas ainda terão de deslocar-se cerca de 180 quilómetros para norte. Caso não o façam a tempo, muitas poderão ser surpreendidas pela falta de alimento. Neste caso, as que possuem um regime alimentar menos flexível serão as primeiras a extinguir-se. "A flora e fauna à nossa volta mudm constantemente devido às alterações climáticas, se as aves e os insectos de que se alimentam não pensarem da mesma maneira, teremos um desfasamento entre espécies", explicou Vincent Devictor, coordenador da investigação.

Assim, à medida que o Planeta aquece, várias regiões do Globo assistirão a modificações drásticas na composição da sua fauna e flora. Entre as regiões mais afectadas estão as de clima temperado, como é o caso da Península Ibérica. Em Fevereiro, um estudo europeu já alertava para esta ameaça.

A Climatic Atlas of the European Breedings Birds, foi o primeiro trabalho que avaliou o impacto do aquecimento global nas 430 aves migratórias que habitam o Continente Europeu, metade das quais existentes em Portugal. E, de acordo com estas projecções, perante o esperado aumento de 3º C nas temperaturas médias europeias, até final do século XXI muitas das aves que compõe a fauna nacional, devem debandar em direcção ao extremo sudoeste do continente, rumo a paragens mais frescas. Entre elas, estão as espécies que indico mais abaixo. Se ficarem, poucas sobrevirão. De acordo com este Atlas, só medidas de conservação especiais poderão impedir uma extinção em massa.



ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS AMEAÇAM AVES PORTUGUESAS



Vários estudos indicam que nos próximos 100 anos, o mapa de distribuição de aves na Europa vai sofrer grandes alterações devido à mudança climática. Algumas espécies típicas da nossa fauna como a abetarda, peneireiro e sisão podem literalmente voar para paragens mais frescas...



1. Abetarda



É uma ave que adora campos de cereais. Na Europa existe apenas na Península Ibérica (em Portugal no Alentejo) e na Rússia. No futuro pode sobreviver apenas na Rússia.

Estatuto de conservação: Ameaçada



2. Sisão



Tal como a abetarda o seu habitat são campos agrícolas abertos. Prevê-se que no futuro o seu número diminua significativamente e desapareça de Portugal.

Estatuto de conservação: Ameaçada



3. Charneco



Até agora, este pequeno pássaro é exclusivo da fauna ibérica. O futuro pode acabar com este endemismo, reduzindo a população e empurrando os sobreviventes para o Mediterrâneo Oriental.



4. Cegonha-Branca



Esta espécie não corre perigo de extinção, mas no futuro, as previsões indicam que avistar uma cegonha pode passar a ser raro na Península Ibérica. Já a cegonha-negra corre sério risco de extinção.



5. Peneireiro-cinzento



Até agora, este pequeno falcão só vive na Península Ibérica, nas paisagens de montado. No futuro, poucos devem manter-se por cá. A mudança climática pode levá-lo para Itália e Grécia.





Baseado em Texto de: ANABELA PEREIRA FERNANDES