Este Blog é destinado à população em geral, com cariz meramente informativo relativamente a diversos temas de interesse público.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A herança de Salazar


Não tinha forma de saber que, menos de uma década depois, ela passaria a ter outro nome por causa da revolução. Ao seu lado, estavam o presidente Américo Tomás e o cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, pilar religioso do regime fascista. No dia 6 de Agosto de 1966, Salazar inaugurava, em Almada, a ponte à qual dava o nome. Bastaram quatro anos (ou melhor, 45 meses) para que ficasse de pé.

O engenheiro Miguel Pais já sugerira,em 1876, a construção de uma travessia, mas foi preciso esperar 86 anos. Só a 5 de Novembro de 1962 se iniciaram os trabalhos da futura Ponte Salazar, a partir de 1974, Ponte 25 de Abril ou ponte sobre o Tejo.

Seis meses antes, esta obra, capaz de orgulhar o regime e o País, fora adjudicada à United States Steel Internacional, de Nova Iorque. O projecto de uma empresa nova-iorquina de engenharia, sendo acompanhado pelo gabinete português da ponte sobre o Tejo e peloLaboratório Nacional de Engenharia Civil.

No final da década de 1990, já se circulava em seis vias rodoviárias (em vez das quatro com que foi inaugurada) - e também por comboio. Duas medidas pensadas para reduzir o trânsito na via que liga as duas metades do País. Contudo, atravessá-la diariamente continua a ser um tormento. Desde que foi criada, a estrutura de aço e betão foi sempre uma garantia de circulação intensa.

Um problema que o Governo de Cavaco Silva se propôs a resolver. A 4 de Abril de 1998, já com António Guterres à frente dos destinos do País, viu a luz do dia a obra que tinha entre o seus grandes objetivos descongestionar a sua "irmã mais velha". Uma construção que queria antecipar alguns dos problemas do futuro. A Ponte Vasco da Gama tem uma esperança de vida de 120 anos e foi projectada para resistir a ventos de 250 km/h; ou para aguentar um sismo quatro vezes mais forte do que o terramoto de 1755. Devido ao seu tamanho, foi necessário ter em consideração a curvatura da Terra, caso contrário, ficaria com um desvio de 80 centímetros.

Centenas de mihões de euros foram gastos para erigir a estrutura que ficou associada à Expo 98. Os ambientalistas moveram um combate sem tréguas ao Governo, por considerarem a obra sinónimo de um desastre ecológico.

Apesar das esperanças de alívio no trânsito da 25 de Abril, dez anos depois a circulação automóvel não diminuiu entre Almada e Alcântara - antes a aumentou 15 por cento.

Mesmo assim, a ponte que homenageia o navegador português conseguiu uma coisa. Tem agora mais 20 por cento de camiões do que a 25 de Abril, atingindo um dos seus objectivos: reduzir o trânsito de pesados na velha ponte. Há quatro milhões de camiões que já não entram em Lisboa graças à Vasco da Gama.

Os camionistas, junto com os outros utentes, mastraram a história recente da travessia do Tejo. Na 25 de Abril, em 1994, protestos massivos e desobediência civil (o "buzinão" e a "marcha lenta") levaram o Governo a desistir de aumentar as portagens. Resultado: Desde essa data, o Estado já pagou 202 milhões de euros à Lusoponte para repor as receitas perdidas por esta. Nos próximos anos, vai entregar-lhe mais 16 milhões.

As portagens mais caras do que as da irmã mais velha serão um factor que afasta os utilizadores do tabuleiro que une Montijo a Sacavém. Até ao seu décimo aniversário, assinalado este ano, a pont da Expo foi atravessada por 210 milhões de carros. Em 2007, o seu tráfego médio diário era de 60 mil automóveis; quando foi criada, não chegava aos 38 mil. Na 25 de Abril, a circulação média diária é de 160 mil.

A Vasco da Gama foi considerada bela; polémica (devido ao impacto ambiental); e quase parecida com uma pista de corridas. Um ano depois da inauguração, era palco preferencial de corridas urbanas entre streetracers, que aproveitavam as condições do tabuleiro para atingirem velocidades de 280km/h. Nos últimos anos o problema terá diminuido, com a intensificação da fiscalização. Contudo, a história desta travessia nunca foi pacífica. Foi o então primeiro-ministro Cavaco Silva que decidiu, em 1991, construir a ponte. Assim que a intenção foi anunciada, começou uma longa e acessa discussão sobre o cenário mais favorável para a obra. Belém-Trafaria? Chelas-Barreiro? Uma ponte rodo-ferroviária? Ou uma que ligasse Sacavém ao Montijo? Diversos especialistas, bem como a oposição, defendiam o corredor Chelas-Barreiro. O mesmo acontecia com o monistro do Planeamento, Valente de Oliveira, e o do Ambiente, Carlos Borrego. No entanto, Cavaco e seu ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, decidiram contra as vozes discordantes. O mesmo Executivo lançou também o projecto do comboio na 25 de Abril, bem como o de alargar o seu tabuleiro para oito faixas rodovárias.

A manchar o currículo da Vasco da Gama encontra-se a morte de 11 pessoas enquanto aquela era edificada.



A PONTE SALAZARISTA



Que lugar ocupou quando foi construída?




  • Era a maior ponte suspensa do Mundo

  • Era também a maior ponte suspensa do Planeta, sem contar com os EUA

Que posição ocupa hoje?



  • 66ª

Quanto custou a Ponte 25 de Abril/Ponte Salazar/Ponte sobre o Tejo?



  • 11 000 000 de euros sem contar com a inflacção

Que comprimento tinha quando foi inaugurada?



  • 1012,88 m de comprimento a partir do vão principal

  • 2277,64 m de uma ponta à outra

Qual o diâmetro de cada cabo principal?



  • 58 cm

Quantos fios de aço tem?



  • 11 248

Quanto mede cada um deles?



  • 4,87 mm de diâmetro

Quantos quilómetros de fios de aço tem ao todo?



  • 54, 196 km

Quando é que passou a ter comboios?



  • 30 de Julho de 1999

Quantos carros passavam nos dois sentidos, na hora de ponta, em 2006?



  • 7000

E quantos carros passavam por dia?



  • 150 000

Quantos comboios faziam diariamente a travessia?



  • 157

Com quantos passageiros no total?



  • 80 000

Quantos passageiros ferroviários ao longo de todo o ano de 2005?



  • 21 000 000

Quantos metros cúbicos de betão no total?



  • 263 000

Quantas toneladas de aço no total?



  • 72 600

Quantos metros cúbicos de terras e rochas retiradas?



  • 6 500 000

A quantos metros de profundidade abaixo do nível da água?



  • 79

Quanto medem as torres principais?



  • 190 m

A que distância está da água?



  • 70 m


A PONTE DA EXPO



Quanto medem as torres?



  • 150 m

A que distância da água está o tabuleiro?



  • 47 m

Qual a resistência das Torres Norte e Sul?



  • As fundações suportariam o impacto de um navio de 30 000 t

Qual é o comprimento total da travessia?



  • 17, 185 km

Qual a altura dos pilares do vão principal?



  • 148 m

Quando foi construída?



  • De Fevereiro de 1995 a Março de 1998

Quanto betão foi utilizado?



  • 730 000 m cúbicos

Quanto aço?



  • 100 000 toneladas

Quantas vigas préfabricadas foram usados no tabuleiro?



  • 150

Quantos metros cúbicos de terras movimentadas?



  • 1 400 000

Quantos trabalhadores foram utilizados?



  • 3300


Baseado em texto de: VASCO VENTURA

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

ESCRAVATURA existe e vai crescer


"O meu captor disse-me que eu era a sua escrava e tinha de fazer todo o trabalho que ele exigisse - ir buscar água e lenha, cuidar do gado e executar todas as tarefas agrícolas." Quando Arek Anyiel Deng foi raptada, tinha dez anos. Sudanesa, actualmente com 29, a história que viveu é parecida com a de oito mil habitantes do seu país, referidos, junt com o seu relato, no site da BBC. Hoje, segundo o Conselho Português para os Refugiados (CPR), existem nove milhões de crianças escravas no Mundo.
"A escravatura não é só perpetuada por Governos de determinados países", critica Teresa Tito Morais Mendes. A presidente do CPR alerta contra "redes que, de uma maneira muito feroz, traficam pessoas e fazem negócios obscuros com as vítimas da imigração e os requerentes de asilo".

Oficialmente, a escravatura foi abolida. Só que "foi substituída por violações graves dos direitos humanos. Mais condenáveis quando são feitas por Governos totalitários ou entidades que actuam com a sua permissão, maltratando e explorando pessoas de forma abominável". Esta escravatura acontece em "muitos países extremamente pobres e subdesenvolvidos".

Para a dirigente do CPR, há uma relação fácil de explicar entre a economia e o facto de continuar a haver milhões de escravos no Mundo. A Europa, por exemplo, está cada vez menos receptiva para acolher imigrantes e refugiados que tentam escapar, nos países subdesenvolvidos onde vivem, a situações de exploração e abuso. "As políticas actuais da Europa mostram uma atitude muito mais restritiva e interesseira. Durante a actual presidência francesa da União Europeia (UE), foi aprovado um pacto que tem como consequência uma selecção com muito mais restrições. Só entram os imigrantes com qualificações necessárias ao desenvolvimento da UE." Esta perspectiva "inviabiliza o acolhimento e ajuda aos mais carenciados. Há uma nova directiva europeia de retorno que leva a que um simples imigrante, que não cometeu um único delito criminal, seja detido durante seis meses, até ao seu repatriamento. Sem ter qualquer culpa formada, e apenas porque emigrou para procurar uma vida melhor".

Numa das regiões do Planeta onde ONG assinalam a existência de escravatura, a América Latina, alguém com peso político tomou uma posição agressiva contra a nova directiva de retorno: Hugo Chavez, presidente da Venezuela. O governante ameaçou expulsar do seu país as empresas dos países que apliquem a legislação aprovada pelo Parlamento Europeu. Mais: disse estar disposto a deixar de fornecer petróleo a essas nações. O pacote legislativo permite que, a partir de 2010, os imigrantes expulsos fiquem proibidos de voltar ao Velho Continente durante cinco anos. Teresa Tito Morais Mendes acredita que "só a igualdade de oportunidades pode levar a que o problema da escravatura e a indiferença deixem de existir. Aproximam-se problemas de sustentabilidade, que vão gerar situações de pobreza. Isso torna difícil que toda a gente aceda às mesmas possibilidades de desenvolvimento". Os aumentos do petróleo, as catástrofes naturais e a diminuição da riqueza "tornam mais distante uma melhoria da vida dos povos desfavorecidos. Levam a que tenham muito menos probabilidades de ter uma existência digna. E o fim da escravatura e das violações dos direitos mais elementares das pessoas tem que ver com a sua própria auto-suficiência. Depende da possibilidade de assumirem a sua cidadania, em pleno gozo dos seus direitos e deveres". Quando há acções penalizadoras do trabalho imigrante e ilegal, "quem paga é o elo mais fraco. Os trabalhadores imigrantes são os novos escravos", denuncia Timóteo Macedo. O presidente da Associação de Solidariedade Imigrante (Solim) cita as rusgas nos bares de alterne. "As mulheres são obrigadas a prostituir-se sem qualquer vínculo de trabalho, são estigmatizadas e discriminadas devido à actividade que exercem - e depois, são notificadas e expulsas. Quanto aos senhores donos dos bares, e dessas pessoas, ficam impunes."

O dirigente ataca a legislação, dizendo que é preciso mudá-la "para proteger quem está a trabalhar. Mesmo que indocumentado. Mesmo que tenha vindo cá parar de pára-quedas. A este país, onde vem fazer trabalho escravo, pago a preços mínimos, suportando horários sem fim e sem quaisquer direitos laborais. É preciso lutar pela emancipação destas pessoas".

Teresa Tito Morais Mendes apela a que todas as pessoas se mobilizem e "não fiquem indiferentes ao que se passa no Mundo. Não vejam o outro como alguém que põe em risco a nossa segurança e bem-estar, mas sim uma pessoa que vai contribuir para o nosso desenvolvimento social". Para Timóteo Macedo, "todos os que combatem pela justiça e pela liberdade aspiram a que essas práticas esclavagistas sejam banidas". A eternização da exploração está garantida, "enquanto a economia não estiver ao serviço dos direitos. Os ricos tornam-se mais ricos e os pobres mais pobres, sujeitos a tudo". A culpa, para o responsável, "é da desregulamentação e liberalização das relações de trabalho: é permitido aos patrões fazer tudo e despedir quando querem. Impera um sistema patronal que impõe as suas regras, sem ter em conta os direitos e a dignidade".


ESCRAVATURA MODERNA

Definição: Situação em que um ser humano e o seu trabalho são propriedade de outras pessoas, e da qual esse ser humano não tem liberdade para sair. É forçado a viver uma existência exploratória, humilhante e abusiva.


1. AMÉRICA LATINA


  • Frequentes situações de subjugação, humilhação e trabalhadores maltratados.

2. EUROPA


  • Tráfico humano de pessoas que são obrigadas a trabalhar, sem quaisquer direitos e com renumerações nulas ou quase inexistentes;



  • Áreas de actividade: prostituição, agricultura, construção civil.

3. ÁFRICA E ÁSIA


  • Fenómenos graves de violações de direitos humanos que levam a formas actuais de escravatura;



  • Governos que não respeitam os direitos humanos;



  • Liberdade individual das pessoas ameaçada; prisões arbitrárias; tortura; seres humanos obrigados a trabalhos forçados semelhantes aos dos tempos da escravatura.

4. PAÍSES ASIÁTICOS COM REGISTO PARTICULARMENTE NEGATIVO


  • Paquistão;



  • Iraque;



  • Afeganistão;



  • China: Situações idênticas às dos países africanos mais desrespeitadores dos direitos humanos; trabalho infantil.

5. PAÍSES AFRICANOS COM REGISTO PARTICULARMENTE NEGATIVO



  • Somália;



  • Sudão;



  • Eritreia: Nações em que estas práticas são aplicadas, tendo como consequência a necessidade de as vítimas fugirem e pedirem protecção a outro Estado.

QUEM SOFRE MAIS


  • Crianças escravas no Mundo - 9 MILHÕES



  • Crianças traficadas por ano - 1,2 MILHÕES



  • Número total de seres humanos deslocados por causa de conflitos armados - 26 MILHÕES



  • Pessas deslocadas de forma involuntária ou forçada em finais de 2007 - 67 MILHÕES



MAIORES VÍTIMAS DOS FENÓMENOS DE ESCRAVATURA MODERNA


  1. Crianças



  2. Jovens



  3. Mulheres que são vítimas de tráfico humano para prostituição



  4. Mulheres desacompanhadas



  5. Mulheres que fogem a práticas ancestrais como a excisão (mutilação genital feminina, extracção forçada e violenta do clítoris)



  6. Pessoas que são encarceradas, detidas, obrigadas a trabalhos forçados que desrespeitam a dignidade humana



Baseado em Texto de: VASCO VENTURA








quarta-feira, 29 de outubro de 2008

COMO APANHAR UM INFIEL


Regressado aos Estados Unidos depois de uma missão no Iraque, o soldado preparou-se para alguns momentos de descontracção e prazer na sua consola de jogos Wii. O pior foi quando descobriu gravado o perfil de um jogador desconhecido, que passara longas noites a jogar bowling virtual com a sua mulher. Assim acabou o que aparentava ser um casamento feliz.

A nossa vida está repleta de aparelhos electrónicos, hábitos e serviços que tornam impossível dar um passo sem sermos vigiados. O detective Mário Costa (http://www.detectivemariocosta.com/) concorda que, hoje, as infidelidades são muito mais difíceis de se manter, referindo os múltiplos programas de vigilância para telemóveis, extremamente fáceis de encontrar (na Internet): "Lêem os SMS, vêem a lista de chamadas, permitem acompanhar os telefonemas em tempo real, com o som ambiente... Os telefones blackberry , por exemplo, foram proibidos em todas as áreas governamentais, porque se 'entrava' neles a brincar."

A história da consola poderia acontecer em Portugal. "Basta que alguém desconfie. Pode recorrer a um detective nacional ou internacional, que consegue verificar o que se passou. Existem à venda programas que permitem saber tudo aquilo que foi feito num computador, mesmo que o disco rígido tenha sido apagado." O mesmo acontece com os telemóveis, mesmo que as mensagens escritas tenham sido eliminadas.

No Reino Unido - segundo o Daily Mail - a maioria (68 por cento) das aventuras extraconjugais passou a durar menos de seis meses. Há duas décadas, esse período costumava ser de três anos. Será porque a transparência tecnológica em que vivemos tornou impossível manter relações secretas a longo prazo? "Depende da habilidade de cada um" - é o que pensa Marta Crawford, sexóloga e autora de Sexo sem Tabus e Viver o Sexo com Prazer, editados pela Esfera dos Livros. A possibilidade de ser apanhado a "pular a cerca" tem a ver com os descuidos de quem trai ("deixando SMS por apagar", entre outras distracções), ou com "a detenção de uma informação mais especializada por parte do companheiro, que lhe permita detectar o rasto do que a outra pessoa andou a fazer no computador, por exemplo. Percebendo que esteve em sites pornográficos ou em chats, consultando o histórico..." Quem arrisca pode pensar que não vai ser apanhado, "porque o outro não tem aptidões informáticas, mas as pessoas vão aprendendo".

Segundo um estudo da London School of Economics, um quarto dos utilizadores de telemóveis envia mensagens sexualmente explícitas. Um em cada seis insinua-se a alguém que não é o parceiro, através destes aparelhos, sempre presentes.

"Hoje somos mais seduzidos no quotidiano", explica Marta Crawford. As mulheres estão mais presentes e activas no dia-a-dia: o mundo do trabalho não é um universo de gravatas e calças vincadas. Se o ambiente deixou de ser masculino e se tornou variado, "quem está fora da relação é sempre um princípe encantado. Alguém com quem não partilhamos as contas e que não tem de ir buscar os filhos à escola. Uma pessoa que mostra sempre o melhor, em espaços em que se está mais disponível e onde tudo é mais cor-de-rosa".

Há uma existência "mais permeável à sedução. Há menos fronteiras ao envolvimento com alguém casado. As relações são mais voláteis. Posso testar a reacção do outro e ele pode ceder. Há mas permissividade".

Contudo, nesse universo de conversas amigáveis, saídas nocturnas inocentes (que não são relatadas ao companheiro), sorrisos de duplo sentido, cumplicidades e desabafos de sentimentos íntimos, onde começa a traição? Inclui a infidelidade emocional? Marta Crawford acha que depende do que cada casal define como permitido ou proibido. Joaquim Quintino Aires, fundador do Instituto de Psicologia Aplicada e Formação (IPAF), acredita que "tudo isso é traição. O amor é uma relação de cumplicidade e partilha de corpos e viveres. Se desabafamos com outra pessoa, se criamos cumplicidade com ela, já começou a infidelidade. As cumplicidades múltiplas são uma característica das amizades da adolescência, não do amor da idade adulta".

O psicólogo explica que "não temos preparação para construir o amor. Trair é biológico. O amor e uma categoria psicológica que dispensa a infidelidade e impede a traição, mas não somos preparados e ficamos pelo gostar - que é biológico e compatível com a infidelidade".

O que nos leva a procurar aventuras fora da relação "é biológico. É uma herança genética de milhares de anos. O que nos impede, pelo contrário, é uma construção que não tem 200 anos".

Como nasceu o amor? "Pelas competências psicológicas que os humanos atingiram, a partir das reflexões dos filósofos e da criação da cultura. É no século XVIII que a cultura nos convida a reflectir sobre o outro. É isso que leva ao fim da escravatura. Até essa época, só existia a paixão." Só que, hoje, ainda há os que são infiéis. "Uns são psicologicamente mais evoluídos do que outros." Quem ama "não trai, mas para chegar ao amor é preciso um desenvolvimento psicológico grande, não intelectual, mas emocional". Natural e biologicamente, "o ser humano é infiel".



COMO APANHÁ-LOS



  • Verificar a pasta de imagens do telemóvel;

  • Instalar câmaras e microfones no carro e no escritório do cônjuge;

  • "Acusado" e amante são filmados ou fotografados juntos em locais públicos ou à entrada de um motel, pensão ou hotel;

  • Instalar programas de vigilância no computador familiar para detectar conversas em chats e e-mails. Fiscalizar o perfil de hi5 (saber que mensagens foram lá deixadas);

  • Ver, na Internet, se foram feitos movimentos online suspeitos na conta bancária;

  • Inspeccionar, no telemóvel, as mensagens escritas enviadas e recebidas, os números marcados e atendidos;

  • Verificar a consola e perceber se foi lá instalado o perfil de um utilizador desconhecido;

  • Descobrir o património não declarado do "ex" : Fotografa-se o visado a gastar dinheiro em restaurantes de luxo ou lojas caras.

OS DETECTIVES DE HOJE TÊM A VIDA FACILITADA



  1. Sistema de Posicionamento Global (GPS): Utiliza sinais de satélite para determinar a localização de veículos;

  2. Binóculos-Câmara: Aproximam oito vezes a pessoa ou objecto;

  3. Aparelho de Escuta Telefónica: Microgravador instalado dentro do telefone;

  4. Microcâmara de pára-choque: Instalada no carro do detective, permite filmar situações em flagrante, como a chegada do investigado a locais suspeitos.

TESTE: ESTOU A SER TRAÍDO?


Acredita que o seu companheiro ou companheira é fiel? Faça este teste à fidelidade e saiba se precisa de estar atento ou pode continuar tranquilo...


1. O seu companheiro/a é ciumento?


a) Sim.


b) Não.


c) Às vezes



2. Quando exprime o seu sentimento, como é que ele/ela lhe retribui?


a) Da mesma forma... com carinho.


b) Desvaloriza e nem me dá atenção.


c) É carinhoso, mas apenas por uns instantes.



3. Acredita que o seu companheiro/a lhe conta tudo sobre a sua vida?


a) Sim.


b) Não.


c) Nem tudo, mas o mais relevante.



4. Ele/ela têm sempre o telemóvel por perto e nunca o deixa tocar nele?


a) É raro vê-lo com o telemóvel na mão, é algo a que não liga.


b) Anda sempre "agarrado" ao telemóvel. Envia mensagens, faz telefonemas na casa de banho...


c) Umas vezes não o larga, outras nem quer saber dele.



5. Já apanhou alguma cena comprometedora?


a) Não.


b)Sim.


c) Talvez. Não tenho certeza.



6. Quando o seu marido/mulher chega tarde a casa, sabe onde esteve?


a) Sim. Telefona de cinco em cinco minutos para enviar um "relatório".


b) Não. Faz de conta que não se passou nada.


c) Não me liga a avisar, mas depois tenta explicar o que aconteceu.



7. Pensar em sexo com o parceiro/a é algo que faz com que o seu corpo estremeça?


a) Sim, só de pensar fico excitado/a.


b) Há muito que já não é o que era...


c) Não me faz estremecer, mas dá-me vontade de lhe "saltar para cima".



8. O seu companheiro é um amante na cama?


a) Parece ser sempre a primeira vez...


b) Há dias em que adormecemos nos preliminares.


c) Umas vezes parece um Vulcão, outras o Mar Morto.



9. Ainda lhe faz surpresas?


a) Sempre que temos tempo fazemos algo diferente.


b) Surpresas? Ele não faz a mínima ideia o que é agradar alguém.


c) Cada vez é mais raro.



10. Usa aliança ou diz que é alérgico?


a) Costuma dizer que, quando tem saudades minhas, olha para ela e tudo é perfeito.


b) Quando está comigo normalmente usa-a, mas já a encontrei várias vezes no bolso das calças ou na mala.


c) Devido ao trabalho, é complicado usá-la.



11. Alguma vez foram a um sítio onde notou que ele ficou constrangido?


a) Que me lembre, não.


b) Sim.


c) Não reparo muito nisso, mas acho que não.



12. Já lhe aconteceu falarem de alguma pessoa amiga ou conhecida, do sexo oposto, e ele reagir de forma embaraçada?


a) Não.


b) Algumas vezes.


c) Não me recordo, mas penso que não.



RESULTADOS


Maioria de Respostas A:


Não há razões de preocupação. Nem sabe a sorte que tem. Uma pessoa assim não se encontra todos os dias; por isso, aproveite bem!


Maioria de Respostas B:


Superinfiel. De certeza que está a ser traído/a. Pense em encontrar outra pessoa rapidamente. Essa relação não lhe faz bem: a outra pessoa não o/a vai deixar ser feliz.


Maioria de Respostas C:


Cuidado. Ainda é cedo para se preocupar a sério, mas fique de pé atrás. Tente estimular a relação; pode ser que ainda consiga levá-la a bom porto.



Baseado em texto de: VASCO VENTURA e ELSA ALVES



terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Receita é Dolorosa - QUANTO CUSTA VENCER?

Cada vez que se aproxima uma prova, é obrigada a perder cinco ou seis quilos. Telma Monteiro, 22 anos, costuma pesar entre 56 e 58 quilos - mas compete na categoria dos 52 quilos, esclarece o gestor de carreira, Eduardo Lage. A mudança é dolorosa. Dura "cinco semanas. Há desportistas que gostam de fazer isso em oito dias. Mas ela, para evitar o desgaste físico, prefere demorar mais". É preciso (não) ter estômago. No final, são duas semanas de fome." Para Telma, isso é difícil. A bicampeã europeia de judo "é dos que comem tudo. É filha de uma cozinheira, está habituada a comer bem e gosta de fazê-lo". Já se mudou para a sua própria casa e "ainda só sabe fazer um ou dois pratos, mas é u bom garfo".
Sim. Até há uma nutricionista do Comité Olímpico que ajuda o esgrimista Joaquim Videira, 24 anos, com a alimentação. O treinador, Hélder Alves, informa que para o vice-campeão nacional isso é essencial. Para "recuperar dos treinos, fazer a complementação a nível dos sais minerais e vitaminas e evitar as lesões".
Os dias que antecederam Pequim não foram calmos para Joaquim e para o homem responsável pela sua preparação. "Estivemos sempre juntos, em estágio ou a treinar, 100 por cento dedicados e empenhados. Muito trabalho rigor..."
Há 11 anos que este oficial do Exército transmite a sua mestria ao atirador olímpico. "Não, não é complicado passarmos o dia todo juntos. Respeitamo-nos, bem como ao nosso espaço individual. Nunca misturamos a amizade que nos une com o nosso trabalho conjunto, embora as duas coisas estejam sempre presentes."
Passar o tempo a treinar para se qualificar para Pequim, ao mesmo tempo que terminava o 12º ano, foi o que custou mais ao canoísta Emanuel Silva, 22 anos. "Foi muito complicado." A sua vida é difícil, embora a considere "simples". Levanta-se às oito, treina das 9h30 às 11h30 e almoça das 12h00 às 13h00. Trabalho físico das 16h00 às 18h30, jantar das 19h00 às 20h00, cama às 22h30. O mais pesado foi conciliar esta rotina de monge com a preparação dos exames escolares.


CORPO PERFEITO


Sistema Vestibular: O Sistema Vestibular é o sistema sensorial do ouvido interno, que ajuda o corpo a manter o equilíbrio. As ginastas femininas têm uma grande tolerância ao desiquilíbrio. Comparadas com outras pessoas, as suas reacções de perturbação são menores. Os seus corpos reagem menos a grandes alterações de equilíbrio. Estar desiquilibrado não é interpretado pelo organismo delas como uma ameaça considerável: o corpo está habituado a isso e sabe corrigi-lo.


Aparelho Respiratório: O consumo máximo de oxigénio (VO2, em inglês) mede o estado cardiovascular e a potência aeróbica, apurando quanto oxigénio conseguimos ingerir e utilizar. Atletas de resistência, como os maratonistas, ciclistas e esquiadores de grande distância, têm os níveis de VO2 mais altos: 75 a 80 mm/kg/minuto. O dobro do que sucede com os não desportistas.


Ombros e Costas: Entre os competidores mais fortes e flexíveis, os ginastas masculinos têm os músculos dos ombros e da parte superior das costas especialmente desenvolvidos. O seu corpo permite-lhes exercer uma força três vezes superior ao peso que qualquer outro atleta consegue levantar normalmente.


Coração: Os corações dos melhores atletas de resistência podem ser 50% maiores do que os dos não desportistas. Uma vez que o coração bombeia mais sangue durante os frequentes e intensos treinos, o orgão precisa de se adaptar. Nalguns casos chega a processar 40 litros de sangue por minuto, contra os 20 do comum dos mortais. Já os halterofilistas desenvolvem músculos cardíacos mais grossos no ventrículo esquerdo.


Massa Corporal: Quem pratica modalidades de resistência tem os níveis de massa gorda mais baixos. Essas percentagens podem baixar até aos 5%, contra os 20% de um jovem não atleta.


Pulmões: Os desportistas de resistência são peritos em usar os pulmões de forma eficiente. Conseguem inalar maiores quantidades de oxigénio, transferi-lo mais rapidamente e eliminar mais depressa os componentes do ar que não interessam. Os ciclistas de elite, por exemplo, têm o dobro da capacidade pulmunar do resto da Humanidade.


Diafragma: Os melhores velocistas não têm, necessariamente, que respirar durante os 100 metros. Muitos utilizam uma técnica específica, que implica inalar uma grande quantidade de ar e expirar para uma via respiratória fechada. A pressão arterial e capacidade para produzir força e velocidade aumentam. Os halterofilistas podem usar o mesmo procedimento, pressionando o tronco contra os seus cintos para obter maior pressão.


Reparação dos Músculos: Os atletas olímpicos precisam de mais sono. É nessa altura que o organismo tem tempo para reparar e reconstruir os músculos. Isso é crucial para os que têm múltiplas sessões de treino por dia. Quem faz alta competição dorme 8 a 10 horas e faz sestas de 60 a 90 minutos durante o dia.


Antebraço: O antebraço que um tenista usa para servir é 25% a 50% mais largo do que o outro. O "braço dominante" deste tipo de modalidade costuma ter maior composição mineral e densidade do que o outro.


Tamanho: Ter o tamanho corporal certo é crucial. As ginastas tendem a ser as mais baixinhas (chegam a ter um metro e meio) e leves. Têm um grande rácio de peso/força. Os basquetebolistas e voleibolistas são os mais altos (acima dos 2,10m).


Músculos dos Braços e Pernas: Muitos fundistas são dotados de bons músculos de movimento lento: fibras que possibilitam ao atleta que contraia repetitivamente os músculos sem se cansar. Os não desportistas têm 50% destes músculos especiais. Nos maratonistas, o número sobe para 80% de músculos de movimento rápido: os que conseguem gerar grande força em períodos muito curtos.


Produção de Energia: Os ciclistas são conhecidos pela capacidade para produzir energia durante longos períodos. Os hoquistas de gelo são os que conseguem fazê-lo melhor, mas só durante segundos. Os melhores do Tour, pelo contrário, geram uma grande quantidade de energia durante mais de duas horas. Algo que uma pessoa normal consegue fazer - por dois segundos.


Tornozelos: Os especialistas em distância e os nadadores precisam de grande flexibilidade nos tornozelos. Os nadadores para conseguirem o máximo de impulso possível. Os maratonistas para produzirem maior quantidade de força enquanto se deslocam do chão.


Baseado em texto de: VASCO VENTURA

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

COMO SOBREVIVER À CRISE


"Saiba gerir o seu dinheiro e viver de acordo com o que tem." É a regra dourada para resistir aos tempos mais duros que se avizinham, segundo Natália Nunes, responsável pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco. É necessário, alerta, ter clara consciência de quanto se ganha, quanto se gasta e onde. "Só assim poderá reduzir as despesas."
A jurista aponta os erros mais frequentes em que incorrem os consumidores. "Não têm em conta a taxa de esforço, que nunca deve ultrapassar os 40%". Além disso, "quando o dinheiro não chega contraem novo empréstimo, para pagar a prestação da actual. E não contactam a instituição de crédito quando têm alguma dificuldade."
Este ano, pediram ajuda à Deco mais de 5600 sobreendividados. Foram abertos 1300 processos, que já estão a levar ou ainda vão conduzir a contactos com as instituições de crédito. A meta é reestruturar todos esses empréstimos.
O desemprego é a principal causa do endividamento excessivo. Para lá da doença e do divórcio, motivos minoritários, há uma nova razão que já é responsável por 10% das situações: o aumento da taxa Euribor. Só que, "antes de estes acontecimentos surgirem, as referidas famílias já estavam endividadas além do recomendável."
Natália Nunes considera positivas as medidas que os Governos têm annciado nos últimos dias contra a crise económica. E também acredita que "os portugueses podem ficar descansados em relação às suas poupanças, graças às garantias dadas pelo ministro das Finanças, pelo Banco de Portugal e pelas outras instituições bancárias. São protecções que vão para além das legalmente obrigatórias."
O sistema económico mundial "vai sobreviver". Mas o que se provou é que "é necessário fazer alterações. É preciso que haja organismos reguladores fortes e competentes. Um dos problemas foi que as entidades de regulação não actuaram como deviam. Deviam ter estado muito mais atentas e exercer mais funções."
Ainda tem dinheiro disponível? Não comece por investir em produtos de poupança, e menos ainda em acções (especialmente se não é bastante experiente neste sector). João Sousa, economista e responsável pela Proteste Poupança, explica que "é mais vantajoso liquidar (mesmo apenas em parte) os créditos que já tem. É melhor do que investir esse dinheiro, ou aplicá-lo em produtos de risco".
Quem faz qualquer tipod e investimento "deve saber se tem a garanti mínima do capital": se irá sempre reaver o que investiu, quando, quanto e como. Também precisa de perceber se o prazo "é adequado ao seu perfil. Se comprar acções, nunca perspective um prazo menor do que cinco anos. Não é realista, devido à enorme volatilidade dos mercados". Antes de qualquer investimento, "tem que informar-se sobre a liquidez: a facilidade em transformá-lo em dinheiro à vista sem custos elevados".
Existem "uns seguros a cinco anos e um dia, ou oito anos e um dia. Garantem o capital no fim do prazo. Se, entretanto, precisar do dinheiro, pode reaver parte... Com custos de reembolso muito elevados. Que podem ser de três, quatro, cinco por cento ou outro valor. E o capital demora muitos dias a ser disponibilizado".
João Sousa sublinha que, para qualquer tipo de compra, se devem procurar as melhores condições, percorrendo as várias instituições. "Basta pensar num depósito de mil euros a 12 meses. A taxa líquida varia entre 0,3% e 4,8%."
O economista recorda que a crise económica mundial começou nos Estados Unidos, com o mercado subprime. Trata-se de créditos concedidos a famílias de baixos recursos, que já se sabe serem muito dificilmente cobráveis - têm uma elevadíssima possibilidade de incumprimento. Depois, esses créditos foram compactados em produtos financeiros das instituições bancárias, e vendidos a outros bancos, numa tentativa de passar para outros o risco. Quando as condições económicas se agravaram e quase todas as tais famílias desfavorecidas deixaram de pagar as prestações, deram-se as falências bancárias em catadupa: o sistema financeiro começou a ruir como peças de dominó ou um castelo de cartas. João Sousa concorda com Natália Nunes. "Falta regulação. Não houve vigilância apertada a esses produtos financeiros 'tóxicos". Caso contrário, talvez se tivessem evitado alguns males." Numa entrevista ao Daily Show de Jon Stewart, o antigo presidente norte-americano Bill Clinton ajudou a esclarecer as razões da crise. Nos anos 90, com a explosão de optimismo dos negócios da Internet, passou a haver uma enorme quantidade de liquidez nos mercados. E o único investimento que existia para absorver esse dinheiro era a habitação. Prosperaram as concessões de crédito subprime, em vez de essas verbas terem sido usadas para criar outros negócios, empresas e emprego. O resto da história está à vista.


QUANTO É QUE POUPAMOS


Há grandes diferenças na Europa. Mostramos o excedente comercial e os rendimentos mistos de 27 países da União Europeia. O excedente comercial é o excedente em actividades de produção antes de juros, rendas e impostos.

Os rendimentos mistos representam a remuneração pelo trabalho das empresas.



  1. Reino Unido:
    Milhões de Euros: 711880,1
    Percentagem do PIB: 34,8

  2. Irlanda
    Milhões de Euros: 90963,0
    Percentagem do PIB: 47,7

  3. Bélgica: 129017,8 / 38,5

  4. Luxemburgo: 15914,3 / 43,9

  5. França: 661542,0 / 35,0

  6. Portugal: 56254,9 / 36,2

  7. Espanha: 444852,0 / 42,3

  8. Áustria: 111967,3 / 41,3

  9. Itália: 694084,2 / 45,2

  10. Malta: 2374,7 / 45,2

  11. Eslovénia: 12928,7 /37,5

  12. Rep. Checa: 61166,6 / 48,1

  13. Grécia: 124517,0 / 54,6

  14. Chipre: 5711,6 / 38,9

  15. Bulgária: 13926,6 / 48,2

  16. Roménia: 49537,1 / 50,7

  17. Hungria: 40863,8 / 40,4

  18. Eslováquia: 29364,8 / 40,4

  19. Polónia: 139220,5 / 51,2

  20. Lituânia: 12789,1 / 45,0

  21. Letónia: 7830,7 / 39,3

  22. Estónia: 6228,7 / 40,8

  23. Finlândia: 73572,0 / 40,9

  24. Suécia: 100564,6 / 30,3

  25. Dinamarca: 70168,0 / 30,8

  26. Alemanha: 958960,0 / 30,6

  27. Holanda: 221309,0 / 30,0


ALIVIAR O ORÇAMENTO



  • Faça o orçamento familiar mensal. Coloque de u lado o que ganha e do outro tudo, mas tudo o que gasta. Não despreze as pequenas coisas, tendência frequente de quem faz o orçamento. A partir desde precioso papel, observado com olhar crítico, vai perceber onde gastar menos;

  • A poupança não deve ser aquilo que sobra no fim do mês. Defina um valor, um objectivo. Uma quantia X que deverá poupar todos os meses;

  • Idas ao supermercado: compare os preços. Escreva tudo: leve uma lista de compras exacta e concreta. Estipule o valor que vai gastar e não use nem um cêntimo a mais;

  • Tenha sempre, posto de lado para uma emergência, no mínimo cinco a seis vezes mais do que o seu rendimento;

  • Faça comparações e opte pelo combustível mais barato. Apesar de tudo, ainda há algumas diferenças;

  • Pequenos truques domésticos podem ajudá-lo. Não deixe as torneiras pingar, não esteja sempre a abrir e fechar o frigorífico, use lâmpadas economizadoras e bicos de gás adequados para cada tacho específico;

  • Faça as operações bancárias online, e não ao balcão;

  • Em relação à restação da casa: veja o que paga hoje e há quanto tempo fez o crédito. Perceba se a prestação e o spread estão de acordo com os actuais valores de mercado. Vá ao seu banco pedir uma simulação e negociar;

  • Uma vez que deve ter mais créditos além do habitacional, veja o peso do total de prestações no seu orçamento. No conjunto, não podem exceder 40% do rendimento. Se ultrapassarem, vá ao banco e negocie;

  • Se tem carro, tem seguro. Peça simulações todos os anos, negocie e escolha o mais vantajoso.


Baseado em texto de: VASCO VENTURA


domingo, 26 de outubro de 2008

Regras para Sobreviver - Diagnóstico atempado é Crucial



"Vemo-nos sem a mama ou parte dela... Ninguém está à espera. É complicado, é preciso lutar com todas as forças." Conceição Matos, coordenadora do Movimento Vencer e Viver (MVV, que faz parte da Liga Portuguesa contra o Cancro) é uma das muitas mulheres que tiveram cancro na mama e sobreviveram. Recorda as dificuldades da doença, que sofreu e venceu há 14 anos. Entre elas, a redução de auto-estima que atinge estas mulheres. "Mesmo que a mama seja reconstruída já não é a mesma, porque não existem duas iguais. Sentimos a diferença física e pensamos: 'Será que se percebe?'. Na verdade, só nós é que vemos." A responsável explica que " temos de nos adaptar a um novo eu, perceber que continuamos inteiras. Não pensamos nisso até à cirurgia. Mas o facto é que somos a mesma mulher, com os mesmos sentimentos, apenas encarando a vida de uma forma um pouco diferente. Temos de compreender que ainda somos bonitas depois disso. Há um período de recuperação da auto-estima." Um dos muitos serviços de apoio prestados pelo MVV (associação constituída por sobreviventes da patologia, contactável em http://www.vencerviver.dpp.pt/ ou pelo número 217265786, no IPO de Lisboa) consiste em ajudar a mulher a escolher a prótese temporária ou definitiva que lhe fica melhor. Isto quando optam por não fazer a cirurgia reconstrutiva. "Muitas preferem a prótese. Podem encontrar o seu novo eu através da prótese ou da reconstrução. Há cirurgias óptimas e próteses excelentes. Essa escolha é pessoal."
Seja como for, sublinha que o MVV consegue ajudar as pacientes numa das suas maiores necessidades: "Saber que não estão sozinhas, e que outras já passaram pelo mesmo." Ontem, Sábado, das 10h00 às 12h30, a associação fez uma acção de sensibilização na Trafaria, na praça onde se localiza a igreja. Amanhã, Segunda-feira, às 21h00, também na Trafaria, o local escolhido para outra actividade de consciencialização será o auditório da Junta de Freguesia.
Nesta doença, um atendimento muito personalizado e humano é fundamental. É o que nos diz Verónica Albuquerque Rufino, presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama (APAMCM, contactável em www.apamcm.org/ ou pelo número 217585648, no Colégio das Doroteias, no Campo Grande). A dirigente da organização de profissionais de saúde volentários, especializados neste problema de saúde, acredita que ele pode afectar as mulheres de forma muito diferente. "Se o contexto económico, social, profissional, afectivo e familiar for excelente, ela poderá superar tudo mais facilmente. Mesmo que a situação seja mais grave do que muitas outras. Se não tem apoio na família, no trabalho, se há um desequilíbrio geral em todos esses campos, fica bastante fragilizada. Precisará de uma ajuda maior."
Para qualquer um dos casos, a APAMCM fornece serviços completos: enfermeiros, médicos, ginecologistas, nutricionistas, psicólogos (com aconselhamento individual ou em grupo) e actividades lúdicas complementares. Não é a única. A Associação Laço (http://www.laço.pt/; 213244203; 919191446) é outra das organizações não governamentais que actuam nesta área.
"O diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível, o que aumenta substancialmente a hipótese de sobrevivência", salienta Vítor Rodrigues. O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra insiste na importância do auto-exame mensal e do acompanhamento regular pelo ginecologista e pelo médico de família. "Numa grande parte dos casos, os sinais detectados pela mulher não significam que tem cancro. Mas também pode ter. E podendo existir, é obrigatório recorrer ao médico, fazer a mamografia e a ecografia, que irão esclarecê-la. Se for um tumor maligno, o importante é fazer o disgnóstico a tempo. A taxa de cura do cancro na mama, se detectado precocemente, é de 95%."
Em Portugal, esclarece, temos vários tipos de tratamento que se encontram no resto do mundo. E que "São escolhidos de acordo com o tipo de tumor, com o facto de ter ou não invadido os gânglios próximos, e com todas as suas características. A mulher é colocada num protocolo terapêutico específico, de acordo com a actuação necessária para o seu caso individual".
O facto de ter de recorrer à quimioterapia "não quer dizer, por si só, que se trata de um cancro grave. Pode fazer-se quimioterapia para um cancro pequeno e não se fazer para um grande. Depende das características dos tecidos do tumor, dos receptores hormonais...Se estes não respondem à quimioterapia, por exemplo, não vale a pena utilizá-la".
O especialista considera que a doença também pode ser muito difícil de aceitar para os maridos e os filhos. "Mas se lhes dermos apoio e explicarmos a situação, será muito mais fácil lidarem com ela. Se os ampararmos, tornam-se num dos elementos mais importantes no combate à doença."

QUEM CORRE MAIS PERIGOS?
  1. IDADE: Uma mulher com mais de 60 anos está mais exposta ao risco do que uma mais nova. A dornça acontece menos antes da menopausa;




  2. ANTECEDENTES: Se já teve a doença numa mama, tem maior probabilidade de ter na outra;




  3. RAÇA: Mulheres brancas têm mais risco;




  4. FAMÍLIA: O facto de haver casos familiares da patologia (mãe, tia, irmã, especialmente antes dos 40; outras familiares...) aumenta o perigo;




  5. GENES: Alguma alterações genéticas podem tornar mais provável o cancro da mama. Quando são detectadas modificações, por exemplo nos genes BRCA1 e BRCA2, é possível tentar fazer diminuir o perigo ou acelerar o diagnóstico precoce;




  6. Quando a primeira gravidez ocorre já depois dos 31 anos;




  7. CICLOS MENTRUAIS: Quem teve a primeira menstruação (menarca) antes dos 12 anos e a menopausa depois dos 55, ou nunca teve filhos, está mais exposta;




  8. TERAPÊUTICA HORMONAL DE SUBSTITUIÇÃO: Quem recorre a ela, só com estrogénios ou estrogénios e progesterona, tem mais probabilidades de sofrer da doença;




  9. RADIOTERAPIA NO PEITO: A presença de tecido denso (não gordo) na mama em mulheres mais velhas é um sinal de risco;




  10. OBESIDADE PÓS-MENOPAUSA: É também um factor de risco;




  11. SEDENTARISMO: O exercício físico ajuda a diminuir o perigo, evitando o aumento de peso e a obesidade;




  12. ÁLCOOL: O excesso de álcool também é considerado uma possível causa.

DETECTÁ-LO E TRATÁ-LO

PREVINA-SE


  • Faça um auto-exame das mamas mensalmente, após o período menstrual;




  • Vá ao especialista nesta área uma vez por ano;




  • Participe em programas de rastreio.






SINTOMAS COMUNS


  • Aparecimento de nódulo/endurecimento da mama ou debaixo do braço (na axila);




  • Mudança do tamanho ou formato da mama;




  • Alteração na coloração ou na sensibilidade da pele da mama ou da aréola;




  • Corrimento pelo mamilo, com ou sem sangue;




  • Retracção da pele da mama ou do mamilo.






TRATAMENTO


  1. CIRURGIA: Retirar o tumor da mama e os gânglios linfáticos da axila. É através deles que o cancro pode alastrar;




  2. RADIOTERAPIA: Utiliza raios de alta energia que destroem as células cancerosas e impedem que se multipliquem;




  3. QUIMIOTERAPIA: Utilização de drogas que destroem as células malignas. Podem ser aplicadas através de injecções intramusculares, endovenosas ou por via oral;




  4. HORMONOTERAPIA: Destina-se a impedir que as células malignas continuem a receber a hormona que estimula o seu crescimento. Pode incluir o uso de drogas, que modificam a forma de actuar das hormonas, ou cirurgia, que retira os ovários;




  5. REABILITAÇÃO: Complementa os métodos de tratamento. Inclui cirurgia plástica de reconstrução e serviços médicos de apoio (fisioterapia, psicologia).

Baseado em texto de: VASCO VENTURA