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terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Receita é Dolorosa - QUANTO CUSTA VENCER?

Cada vez que se aproxima uma prova, é obrigada a perder cinco ou seis quilos. Telma Monteiro, 22 anos, costuma pesar entre 56 e 58 quilos - mas compete na categoria dos 52 quilos, esclarece o gestor de carreira, Eduardo Lage. A mudança é dolorosa. Dura "cinco semanas. Há desportistas que gostam de fazer isso em oito dias. Mas ela, para evitar o desgaste físico, prefere demorar mais". É preciso (não) ter estômago. No final, são duas semanas de fome." Para Telma, isso é difícil. A bicampeã europeia de judo "é dos que comem tudo. É filha de uma cozinheira, está habituada a comer bem e gosta de fazê-lo". Já se mudou para a sua própria casa e "ainda só sabe fazer um ou dois pratos, mas é u bom garfo".
Sim. Até há uma nutricionista do Comité Olímpico que ajuda o esgrimista Joaquim Videira, 24 anos, com a alimentação. O treinador, Hélder Alves, informa que para o vice-campeão nacional isso é essencial. Para "recuperar dos treinos, fazer a complementação a nível dos sais minerais e vitaminas e evitar as lesões".
Os dias que antecederam Pequim não foram calmos para Joaquim e para o homem responsável pela sua preparação. "Estivemos sempre juntos, em estágio ou a treinar, 100 por cento dedicados e empenhados. Muito trabalho rigor..."
Há 11 anos que este oficial do Exército transmite a sua mestria ao atirador olímpico. "Não, não é complicado passarmos o dia todo juntos. Respeitamo-nos, bem como ao nosso espaço individual. Nunca misturamos a amizade que nos une com o nosso trabalho conjunto, embora as duas coisas estejam sempre presentes."
Passar o tempo a treinar para se qualificar para Pequim, ao mesmo tempo que terminava o 12º ano, foi o que custou mais ao canoísta Emanuel Silva, 22 anos. "Foi muito complicado." A sua vida é difícil, embora a considere "simples". Levanta-se às oito, treina das 9h30 às 11h30 e almoça das 12h00 às 13h00. Trabalho físico das 16h00 às 18h30, jantar das 19h00 às 20h00, cama às 22h30. O mais pesado foi conciliar esta rotina de monge com a preparação dos exames escolares.


CORPO PERFEITO


Sistema Vestibular: O Sistema Vestibular é o sistema sensorial do ouvido interno, que ajuda o corpo a manter o equilíbrio. As ginastas femininas têm uma grande tolerância ao desiquilíbrio. Comparadas com outras pessoas, as suas reacções de perturbação são menores. Os seus corpos reagem menos a grandes alterações de equilíbrio. Estar desiquilibrado não é interpretado pelo organismo delas como uma ameaça considerável: o corpo está habituado a isso e sabe corrigi-lo.


Aparelho Respiratório: O consumo máximo de oxigénio (VO2, em inglês) mede o estado cardiovascular e a potência aeróbica, apurando quanto oxigénio conseguimos ingerir e utilizar. Atletas de resistência, como os maratonistas, ciclistas e esquiadores de grande distância, têm os níveis de VO2 mais altos: 75 a 80 mm/kg/minuto. O dobro do que sucede com os não desportistas.


Ombros e Costas: Entre os competidores mais fortes e flexíveis, os ginastas masculinos têm os músculos dos ombros e da parte superior das costas especialmente desenvolvidos. O seu corpo permite-lhes exercer uma força três vezes superior ao peso que qualquer outro atleta consegue levantar normalmente.


Coração: Os corações dos melhores atletas de resistência podem ser 50% maiores do que os dos não desportistas. Uma vez que o coração bombeia mais sangue durante os frequentes e intensos treinos, o orgão precisa de se adaptar. Nalguns casos chega a processar 40 litros de sangue por minuto, contra os 20 do comum dos mortais. Já os halterofilistas desenvolvem músculos cardíacos mais grossos no ventrículo esquerdo.


Massa Corporal: Quem pratica modalidades de resistência tem os níveis de massa gorda mais baixos. Essas percentagens podem baixar até aos 5%, contra os 20% de um jovem não atleta.


Pulmões: Os desportistas de resistência são peritos em usar os pulmões de forma eficiente. Conseguem inalar maiores quantidades de oxigénio, transferi-lo mais rapidamente e eliminar mais depressa os componentes do ar que não interessam. Os ciclistas de elite, por exemplo, têm o dobro da capacidade pulmunar do resto da Humanidade.


Diafragma: Os melhores velocistas não têm, necessariamente, que respirar durante os 100 metros. Muitos utilizam uma técnica específica, que implica inalar uma grande quantidade de ar e expirar para uma via respiratória fechada. A pressão arterial e capacidade para produzir força e velocidade aumentam. Os halterofilistas podem usar o mesmo procedimento, pressionando o tronco contra os seus cintos para obter maior pressão.


Reparação dos Músculos: Os atletas olímpicos precisam de mais sono. É nessa altura que o organismo tem tempo para reparar e reconstruir os músculos. Isso é crucial para os que têm múltiplas sessões de treino por dia. Quem faz alta competição dorme 8 a 10 horas e faz sestas de 60 a 90 minutos durante o dia.


Antebraço: O antebraço que um tenista usa para servir é 25% a 50% mais largo do que o outro. O "braço dominante" deste tipo de modalidade costuma ter maior composição mineral e densidade do que o outro.


Tamanho: Ter o tamanho corporal certo é crucial. As ginastas tendem a ser as mais baixinhas (chegam a ter um metro e meio) e leves. Têm um grande rácio de peso/força. Os basquetebolistas e voleibolistas são os mais altos (acima dos 2,10m).


Músculos dos Braços e Pernas: Muitos fundistas são dotados de bons músculos de movimento lento: fibras que possibilitam ao atleta que contraia repetitivamente os músculos sem se cansar. Os não desportistas têm 50% destes músculos especiais. Nos maratonistas, o número sobe para 80% de músculos de movimento rápido: os que conseguem gerar grande força em períodos muito curtos.


Produção de Energia: Os ciclistas são conhecidos pela capacidade para produzir energia durante longos períodos. Os hoquistas de gelo são os que conseguem fazê-lo melhor, mas só durante segundos. Os melhores do Tour, pelo contrário, geram uma grande quantidade de energia durante mais de duas horas. Algo que uma pessoa normal consegue fazer - por dois segundos.


Tornozelos: Os especialistas em distância e os nadadores precisam de grande flexibilidade nos tornozelos. Os nadadores para conseguirem o máximo de impulso possível. Os maratonistas para produzirem maior quantidade de força enquanto se deslocam do chão.


Baseado em texto de: VASCO VENTURA

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