Regressado aos Estados Unidos depois de uma missão no Iraque, o soldado preparou-se para alguns momentos de descontracção e prazer na sua consola de jogos Wii. O pior foi quando descobriu gravado o perfil de um jogador desconhecido, que passara longas noites a jogar bowling virtual com a sua mulher. Assim acabou o que aparentava ser um casamento feliz.
A nossa vida está repleta de aparelhos electrónicos, hábitos e serviços que tornam impossível dar um passo sem sermos vigiados. O detective Mário Costa (
http://www.detectivemariocosta.com/) concorda que, hoje, as infidelidades são muito mais difíceis de se manter, referindo os múltiplos programas de vigilância para telemóveis, extremamente fáceis de encontrar (na Internet):
"Lêem os SMS, vêem a lista de chamadas, permitem acompanhar os telefonemas em tempo real, com o som ambiente... Os telefones blackberry
, por exemplo, foram proibidos em todas as áreas governamentais, porque se 'entrava' neles a brincar."A história da consola poderia acontecer em Portugal. "Basta que alguém desconfie. Pode recorrer a um detective nacional ou internacional, que consegue verificar o que se passou. Existem à venda programas que permitem saber tudo aquilo que foi feito num computador, mesmo que o disco rígido tenha sido apagado." O mesmo acontece com os telemóveis, mesmo que as mensagens escritas tenham sido eliminadas.
No Reino Unido - segundo o Daily Mail - a maioria (68 por cento) das aventuras extraconjugais passou a durar menos de seis meses. Há duas décadas, esse período costumava ser de três anos. Será porque a transparência tecnológica em que vivemos tornou impossível manter relações secretas a longo prazo? "Depende da habilidade de cada um" - é o que pensa Marta Crawford, sexóloga e autora de Sexo sem Tabus e Viver o Sexo com Prazer, editados pela Esfera dos Livros. A possibilidade de ser apanhado a "pular a cerca" tem a ver com os descuidos de quem trai ("deixando SMS por apagar", entre outras distracções), ou com "a detenção de uma informação mais especializada por parte do companheiro, que lhe permita detectar o rasto do que a outra pessoa andou a fazer no computador, por exemplo. Percebendo que esteve em sites pornográficos ou em chats, consultando o histórico..." Quem arrisca pode pensar que não vai ser apanhado, "porque o outro não tem aptidões informáticas, mas as pessoas vão aprendendo".
Segundo um estudo da London School of Economics, um quarto dos utilizadores de telemóveis envia mensagens sexualmente explícitas. Um em cada seis insinua-se a alguém que não é o parceiro, através destes aparelhos, sempre presentes.
"Hoje somos mais seduzidos no quotidiano", explica Marta Crawford. As mulheres estão mais presentes e activas no dia-a-dia: o mundo do trabalho não é um universo de gravatas e calças vincadas. Se o ambiente deixou de ser masculino e se tornou variado, "quem está fora da relação é sempre um princípe encantado. Alguém com quem não partilhamos as contas e que não tem de ir buscar os filhos à escola. Uma pessoa que mostra sempre o melhor, em espaços em que se está mais disponível e onde tudo é mais cor-de-rosa".
Há uma existência "mais permeável à sedução. Há menos fronteiras ao envolvimento com alguém casado. As relações são mais voláteis. Posso testar a reacção do outro e ele pode ceder. Há mas permissividade".
Contudo, nesse universo de conversas amigáveis, saídas nocturnas inocentes (que não são relatadas ao companheiro), sorrisos de duplo sentido, cumplicidades e desabafos de sentimentos íntimos, onde começa a traição? Inclui a infidelidade emocional? Marta Crawford acha que depende do que cada casal define como permitido ou proibido. Joaquim Quintino Aires, fundador do Instituto de Psicologia Aplicada e Formação (IPAF), acredita que "tudo isso é traição. O amor é uma relação de cumplicidade e partilha de corpos e viveres. Se desabafamos com outra pessoa, se criamos cumplicidade com ela, já começou a infidelidade. As cumplicidades múltiplas são uma característica das amizades da adolescência, não do amor da idade adulta".
O psicólogo explica que "não temos preparação para construir o amor. Trair é biológico. O amor e uma categoria psicológica que dispensa a infidelidade e impede a traição, mas não somos preparados e ficamos pelo gostar - que é biológico e compatível com a infidelidade".
O que nos leva a procurar aventuras fora da relação "é biológico. É uma herança genética de milhares de anos. O que nos impede, pelo contrário, é uma construção que não tem 200 anos".
Como nasceu o amor? "Pelas competências psicológicas que os humanos atingiram, a partir das reflexões dos filósofos e da criação da cultura. É no século XVIII que a cultura nos convida a reflectir sobre o outro. É isso que leva ao fim da escravatura. Até essa época, só existia a paixão." Só que, hoje, ainda há os que são infiéis. "Uns são psicologicamente mais evoluídos do que outros." Quem ama "não trai, mas para chegar ao amor é preciso um desenvolvimento psicológico grande, não intelectual, mas emocional". Natural e biologicamente, "o ser humano é infiel".
COMO APANHÁ-LOS
- Verificar a pasta de imagens do telemóvel;
- Instalar câmaras e microfones no carro e no escritório do cônjuge;
- "Acusado" e amante são filmados ou fotografados juntos em locais públicos ou à entrada de um motel, pensão ou hotel;
- Instalar programas de vigilância no computador familiar para detectar conversas em chats e e-mails. Fiscalizar o perfil de hi5 (saber que mensagens foram lá deixadas);
- Ver, na Internet, se foram feitos movimentos online suspeitos na conta bancária;
- Inspeccionar, no telemóvel, as mensagens escritas enviadas e recebidas, os números marcados e atendidos;
- Verificar a consola e perceber se foi lá instalado o perfil de um utilizador desconhecido;
- Descobrir o património não declarado do "ex" : Fotografa-se o visado a gastar dinheiro em restaurantes de luxo ou lojas caras.
OS DETECTIVES DE HOJE TÊM A VIDA FACILITADA
- Sistema de Posicionamento Global (GPS): Utiliza sinais de satélite para determinar a localização de veículos;
- Binóculos-Câmara: Aproximam oito vezes a pessoa ou objecto;
- Aparelho de Escuta Telefónica: Microgravador instalado dentro do telefone;
- Microcâmara de pára-choque: Instalada no carro do detective, permite filmar situações em flagrante, como a chegada do investigado a locais suspeitos.
TESTE: ESTOU A SER TRAÍDO?
Acredita que o seu companheiro ou companheira é fiel? Faça este teste à fidelidade e saiba se precisa de estar atento ou pode continuar tranquilo...
1. O seu companheiro/a é ciumento?
a) Sim.
b) Não.
c) Às vezes
2. Quando exprime o seu sentimento, como é que ele/ela lhe retribui?
a) Da mesma forma... com carinho.
b) Desvaloriza e nem me dá atenção.
c) É carinhoso, mas apenas por uns instantes.
3. Acredita que o seu companheiro/a lhe conta tudo sobre a sua vida?
a) Sim.
b) Não.
c) Nem tudo, mas o mais relevante.
4. Ele/ela têm sempre o telemóvel por perto e nunca o deixa tocar nele?
a) É raro vê-lo com o telemóvel na mão, é algo a que não liga.
b) Anda sempre "agarrado" ao telemóvel. Envia mensagens, faz telefonemas na casa de banho...
c) Umas vezes não o larga, outras nem quer saber dele.
5. Já apanhou alguma cena comprometedora?
a) Não.
b)Sim.
c) Talvez. Não tenho certeza.
6. Quando o seu marido/mulher chega tarde a casa, sabe onde esteve?
a) Sim. Telefona de cinco em cinco minutos para enviar um "relatório".
b) Não. Faz de conta que não se passou nada.
c) Não me liga a avisar, mas depois tenta explicar o que aconteceu.
7. Pensar em sexo com o parceiro/a é algo que faz com que o seu corpo estremeça?
a) Sim, só de pensar fico excitado/a.
b) Há muito que já não é o que era...
c) Não me faz estremecer, mas dá-me vontade de lhe "saltar para cima".
8. O seu companheiro é um amante na cama?
a) Parece ser sempre a primeira vez...
b) Há dias em que adormecemos nos preliminares.
c) Umas vezes parece um Vulcão, outras o Mar Morto.
9. Ainda lhe faz surpresas?
a) Sempre que temos tempo fazemos algo diferente.
b) Surpresas? Ele não faz a mínima ideia o que é agradar alguém.
c) Cada vez é mais raro.
10. Usa aliança ou diz que é alérgico?
a) Costuma dizer que, quando tem saudades minhas, olha para ela e tudo é perfeito.
b) Quando está comigo normalmente usa-a, mas já a encontrei várias vezes no bolso das calças ou na mala.
c) Devido ao trabalho, é complicado usá-la.
11. Alguma vez foram a um sítio onde notou que ele ficou constrangido?
a) Que me lembre, não.
b) Sim.
c) Não reparo muito nisso, mas acho que não.
12. Já lhe aconteceu falarem de alguma pessoa amiga ou conhecida, do sexo oposto, e ele reagir de forma embaraçada?
a) Não.
b) Algumas vezes.
c) Não me recordo, mas penso que não.
RESULTADOS
Maioria de Respostas A:
Não há razões de preocupação. Nem sabe a sorte que tem. Uma pessoa assim não se encontra todos os dias; por isso, aproveite bem!
Maioria de Respostas B:
Superinfiel. De certeza que está a ser traído/a. Pense em encontrar outra pessoa rapidamente. Essa relação não lhe faz bem: a outra pessoa não o/a vai deixar ser feliz.
Maioria de Respostas C:
Cuidado. Ainda é cedo para se preocupar a sério, mas fique de pé atrás. Tente estimular a relação; pode ser que ainda consiga levá-la a bom porto.
Baseado em texto de: VASCO VENTURA e ELSA ALVES
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